Thursday, February 12, 2009

Comercialização de imóveis ..SMH CAIXA

Habitação






A Secretaria Municipal de Habitação e a Caixa Econômica Federal comercializam, neste sábado, 520 imóveis dos condomínios Siena, em Cosmos, Vivendas do Império e Vivendas do Paraíso, em Santa Cruz, os três situados na Zona Oeste da cidade. Os apartamentos, prontos para morar, têm prestações mensais de R$ 296,40 para famílias que ganham de R$ 1.000,00 a R$ 2.100,00. Para policiais civis e militares, bombeiros, agentes penitenciários e guardas municipais é permitida a renda máxima de R$ 2.800,00.

Os interessados na aquisição das unidades deverão se dirigir ao Centro Esportivo Miécimo da Silva, em Campo Grande, das 10h às 16h, onde uma equipe estará de plantão para atendimento ao público. Os imóveis, financiados pelo Programa de Arrendamento Residencial (PAR), têm sala, dois quartos, cozinha, banheiro e área de serviço. Nos conjuntos foram construídas, também, casas destinadas especialmente para cadeirantes.

Sunday, February 08, 2009

Governo cria Bolsa-Aluguel para complementar o Bolsa-Famíla

Governo cria Bolsa-Aluguel para complementar o Bolsa-Famíla
O novo programa social, que vai complementar o Bolsa-Família, foi debatido no Seminário Internacional de Locação Social.

Rio - O governo federal criou o Bolsa-Aluguel, e os estados do Rio e da Bahia são os primeiros a aderir ao projeto-piloto. O sistema é usado com sucesso na França, na Itália, no Uruguai e na África do Sul. Segundo a secretária nacional de Programas Urbanos do Ministério das Cidades, Teresa Jucá, existem 5 milhões de imóveis vazios em centros urbanos (União, estados e municípios), que poderão ser ocupados, de graça ou mediante pagamento mínimo, por famílias de baixa renda — valor mensal ainda indefinido.

O novo programa social, que vai complementar o Bolsa-Família, foi debatido no Seminário Internacional de Locação Social, que ocorreu em dezembro, em Brasília. No evento, o ministro das Cidades, Marcio Fortes, assinou acordo internacional com a Itália para apoiar estados e municípios na elaboração de projetos de locação social no Brasil. A modalidade tem o fim de reduzir o déficit habitacional, hoje de 8 milhões de moradias no País, que se concentra entre famílias com renda até cinco salários mínimos (R$ 2.075).

“O Bolsa-Aluguel será mais um serviço que o governo federal vai prestar à população de baixa renda, como já ocorre com o Bolsa-Família. O foco é justiça social”, afirmou Teresa. A secretária explicou que o objetivo do encontro é discutir com a sociedade formas de viabilizar o programa.

“Os governos do Rio e da Bahia já assinaram convênio de cooperação técnica com França e Itália para desenvolver o projeto-piloto. O principal objetivo é ocupar os vazios urbanos e conter a favelização. Já estamos trabalhando com alguns prédios do INSS para implementar o aluguel social. Há também terrenos da Rede Ferroviária, entre outros”, adiantou Teresa.

De acordo com a secretária, o Rio é um dos estados que mais têm imóveis desocupados. Ela ressalta que, no seminário, estão sendo discutidos os critérios de ocupação, o tempo que a família poderá ficar no imóvel, a responsabilidade de cada inquilino em preservar a moradia e outros detalhes.

CASA PRÓPRIA

A secretária Nacional de Programas Urbanos do Ministério das Cidades, Teresa Jucá, lembrou que a França passou a usar o aluguel social na reconstrução do Pós-Guerra. “O governo francês resolveu subsidiar o aluguel de famílias necessitadas. Aqui no Brasil, a cultura é a casa própria, mas queremos implementar este novo conceito”, disse a secretária.

O governo também mantém programas que facilitam o acesso da compra do imóvel. O PAR (Programa de Arrendamento Residencial), voltado para quem recebe até R$ 2.400, e o Crédito Solidário, focado em famílias mais humildes, são outras opções. Este último não cobra juros, e a família tem 20 anos para pagar.

O Dia
Fonte: http://www.tudonahora.com.br/noticia.php?noticia=31141

Thursday, February 05, 2009

História de sucesso na luta pela moradia

História de sucesso na luta pela moradia
31/01/2009 Fonte: http://www.sidneyrezende.com
SRZD mostra a saga de moradores que ocuparam o antigo prédio do INSS, na rua Regente Feijó, e conseguiram a concessão do local que está em reforma.

Chego pontualmente no prédio da rua Alcindo Guanabara, Cinelândia, Centro do Rio. O prédio é antigo e mal-conservado. Através de uma pequena abertura na porta que dá acesso ao edifício uma moça pergunta se sou a jornalista. A iluminação é ruim, o imponente prédio onde um dia funcionou uma unidade do INSS, o Instituto Nacional de Seguridade Social, ainda guarda nos mármores a história de um governo passado que quando mudou-se para Brasília deixou vários prédios ociosos na cidade do Rio de Janeiro, antiga capital da República.

Quem me espera é Matilde Guilhermina Alexandre, 49 anos, e Maria Darcy de Oliveira, de 46 anos. As duas e mais o grupo de famílias da ocupação da Rejente Feijó são fundadoras da Associação Moradia Digna nas Áreas Centrais. Maria Darcy, o marido, Vicente de Paulo, de 48 anos, e os 4 filhos do casal com idades entre 6 e 22 anos estão temporariamente instalados na ocupação da Alcindo Guanabara. A família de Maria Darcy e Matilde aguardam o processo de reforma de um outro endereço: Rua Regente Feijó 25A. O prédio de dois andares agora pertence às nove famílias, que conseguiram depois de mais de seis anos de luta o direito de habitar o edifício que um dia foi uma instalação do INSS. Mesmo conseguindo a moradia, elas nem pensam em parar com o trabalho social; "Nós sabemos que existem muitos prédios públicos abandonados pelo governo. Está na constituição que todo cidadão tem direito à moradia, nenhuma propriedade pode ficar sem função social, mas as pessoas não tem informação, esse é o grande problema. Elas não sabem que podem se organizar para viver melhor." explica Maria Darcy.

A história de Matilde e Maria Darcy é comum a milhares de brasileiros. Matilde é natural de Mimoso do Sul, no Espírto Santo, veio para o Rio em meados de 1980, para trabalhar e estudar. Trabalhou em casa de família e até no Mc Donalds, mas o sonho de fazer uma faculdade teve de ser adiado. "Eu ganhava um salário mínimo e quase todo o dinheiro ia embora no aluguel", explica Matilde. Já Maria Darcy morava no Irajá quando o marido ficou desempregado e a família foi despejada. A partir daí, as duas mulheres foram lutar pelo direito à moradia.

A organização em uma ocupação é severa, além de ter que funcionar, os ocupantes ainda contam com o preconceito. "As pessoas acham que somos mendigos, que estamos em uma ocupação por não querer trabalhar, mas aqui todos trabalham, muitos na informalidade. "Quem vai comprovar renda para poder alugar ou financiar uma casa sendo trabalhador informal?", questiona Maria Darcy.



Na luta pela moradia a organização é o ponto de partida

Entre os moradores da rua Regente Feijó 25 existe um estatuto que diz que é proibido beber nas dependências do prédio, por exemplo, "antes de uma ocupação nós fazemos reuniões de conscientização política. Sempre existiu um preconceito na sociedade em relação aos pobres, por isso nestas reuniões nós esclarecemos que bebidas e drogas são terminantemente proibidas, nós somos trabalhadores. Para essa luta é preciso muita seriedade", explica Matilde.

O prédio foi ocupado em 2001, até a conquista da escritura, oficializada pelo governador Sérgio Cabral. Em 2007, os moradores do Regente Feijó lutaram contra ações de despejos, sem aviso prévio, a precariedade das instalações e sobretudo o direito a uma moradia digna. Quando conheceram as arquitetas Lais Coelho e Helena Calissa, no ano de 2003, o grupo conseguiu elaborar um projeto arquitetônico para transformar o prédio comercial em edifício residencial.

O projeto deveria ser enviado para o então recém-criado Ministério das Cidades, em Brasília, para concorrer a uma licitação de financiamento do Governo Federal. Porém, os moradores deveriam ter CNPJ e por isso, foi criada a Associação Moradia Digna nas Áreas Centrais. No projeto seriam construídos seis apartamentos de 35m² no edifício da Regente Feijó. O projeto foi aceito, mas o dinheiro para a reforma do prédio só poderia ser liberado se o governo do estado do Rio de Janeiro cedesse o local aos moradores. "Foi uma luta muito grande. Mas conseguimos, depois mais três anos fazer com que o governo do Rio nos liberasse a concessão definitiva do prédio em 2007" relembra Matilde. "Foi um dia de glória para nós", afirma Maria Darcy.



A concessão definitiva depois de 6 anos de luta

No dia 7 de dezembro de 2007, os habitantes receberam das mãos do governador Sério Cabral, a escritura definitiva do edifício. No entanto, vale ressaltar que o prédio da Regente Feijó não pertence a Matilde ou a Maria Darcy. Pela escritura nenhum dos apartamentos pode ser vendido ou alugado. O local é da sociedade e os atuais moradores vão ocupar o edifício apenas enquanto for necessário. Agora, o prédio está em reforma com a verba conseguida através do projeto enviado ao Ministério das Cidades e deve ficar pronto em junho deste ano.

A história dos moradores do edifício da Regente Feijó é uma trajetória bem sucedida dentre muitas ocupações que existem no Brasil. No próprio prédio da Alcindo Guanabara, os moradores vivem em péssimas condições de estrutura e lutam pela concessão do local.


Governo cria o bolsa-aluguel

A luta de Matilde e Maria Darcy parece ter inspirado o governo federal. Com o objetivo de combater o problema da habitação foi criado em dezembro de 2008 o programa Bolsa-Aluguel. O sistema é usado com sucesso na França, na Itália, no Uruguai e na África do Sul. Segundo a secretária nacional de Programas Urbanos do Ministério das Cidades, Teresa Jucá, existem 5 mil de imóveis vazios em centros urbanos (União, estados e municípios), que poderão ser ocupados, de graça ou mediante pagamento mínimo, por famílias de baixa renda.

Sunday, February 01, 2009

Recomendo a leitura..A nova Política Nacional de Habitação

A nova Política Nacional de Habitação
Erminia Maricato


Uma das conquistas mais importantes do governo Lula foi a formulação de um novo paradigma para estruturar a Política Nacional de Habitação com a ajuda do Conselho das Cidades e do Conselho Curador do FGTS. No entanto essa façanha é desconhecida até mesmo pela maioria dos parlamentares petistas além de grande parte do governo.
Essa construção foi inspirada na tese desenvolvida no Projeto Moradia, elaborado no ano de 2000, no Instituto Cidadania, que previa também a construção do Ministério das Cidades e a elaboração de uma Política Urbana com as propostas setoriais de saneamento, transporte/trânsito e planejamento territorial além da habitação. A estrutura da tese é relativamente simples e óbvia apesar de original: ampliar o mercado privado (restrito ao segmento de luxo) para que este atenda a classe média e concentrar os recursos financeiros que estão sob gestão federal nas faixas de renda situadas abaixo dos 5 salários mínimos onde se renda situada abaixo dos 5 salários mínimos onde se concentra 92% do déficit habitacional e a grande maioria da população brasileira.
De fato, o mercado privado legal (financiamento, construção e comercialização privados) atinge aproximadamente 30% da população brasileira apenas. Isso explica porque trabalhadores de classe média que tem emprego formal regular (condição de apenas 50% da população) estão morando em favelas. Funcionários da USP moram em favelas onde encontramos até alunos de pós-graduação. Boa parte dos policiais do Rio de Janeiro também. O mercado privado está, há muitos anos, restrito ao segmento de luxo como apontam inúmeros estudos. O produto mais vendido é o apartamento com vários banheiros (porque tantos?) com uma espécie de clube privativo no condomínio.
Foi devido à falta de alternativas que a classe média se apropriou, desde a vigência do BNH, mas especialmente nos últimos anos, de recursos públicos ou de fundos que estão sob gestão nacional dificultando ainda mais o atendimento da baixa renda. Desde a extinção do BNH, em 1986, o governo federal se ausentou da formulação de uma política que fosse além de programas isolados que sofriam mudanças constantes. Nas décadas de baixo crescimento econômico e falta de política habitacional e urbana, 1980, 1990 e início da década de 2000 as favelas apresentaram um crescimento explosivo. Em 2000 e 2002 praticamente 60% dos recursos sob gestão federal foram destinados às famílias que ganhavam mais de 5 s. m. que representam 8% do déficit habitacional. Para reverter essa tendência e dar prioridade às faixas mais baixas de renda na aplicação dos recursos sob gestão federal seria necessário ampliar o mercado privado de modo a atender à classe média.
O governo federal tomou duas medidas principais para ampliar o mercado: enviou ao Congresso Nacional um Projeto de Lei com a finalidade de dar segurança jurídica e econômica ao mercado privado bastante frágil em função da alta inadimplência. A lei 10.391, aprovada em 2004, foi iniciativa do Ministério da Cidades, do Ministério da Fazenda e de empresários ligados ao financiamento, construção e comercialização da moradia de mercado.
A segunda medida tomada para ampliar o mercado privado foi a resolução n.3259 aprovada pelo Conselho Monetário Nacional que tornou desvantajosa para os bancos, a retenção de recursos da poupança privada, no Banco Central. Contrariando a absurda condição vigente nos últimos anos, parte dos recursos de poupança está sendo investido em atividade produtiva, obrigatoriamente. Como pode ser constatado facilmente, o desempenho do mercado imobiliário tem crescido continuamente com a implementação dessas medidas. Resta aguardar das entidades do mercado uma estratégia de simplificação do produto que está sendo oferecido para que ele cumpra um papel mais eficaz no atendimento às faixas de renda situadas entre 5 e 10 s.m. Algumas empresas privadas (poucas) conhecem esse caminho e podem ensinar aos produtores da arquitetura inspirada em Miami.
Para as faixas da chamada Habitação de Interesse Social as providencias foram ampliar os recursos e os subsídios desafiando a camisa de força do forte contingenciamento nos gastos federais. Em 2005 o governo federal dispõe de mais de R$ 10 bi, o maior orçamento desde início dos anos 80, para financiamento habitacional. A ampliação se deu por meio de várias fontes (OGU, FAT, FAR, FDS, Tesouro Nacional) mas em especial por meio do FGTS que tem apresentado ótimo desempenho. Cuidando para garantir a saúde financeira desse fundo que é dos trabalhadores celetistas, o Ministério das Cidades e o Conselho Curador do FGTS lograram definir um aumento de R$ 1,2 bi nos subsídios oferecidos pelo governo federal (resolução 460 do CC do FGTS) além de quase dobrar o orçamento para a área de habitação para 2005. O desafio de gastar esses recursos tem sido enfrentado pela Caixa Econômica Federal que está implementando mudanças já que não foi preparada, nos anos anteriores, para dar prioridade ao segmento social e nem para realizar um orçamento tão significativo.
A nova Política Nacional de Habitação deve ser complementada pela regulamentação da Lei nº 11.124/2005 – que dispõe sobre o Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social - SNHIS, cria o Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social - FNHIS e institui o Conselho Gestor do FNHIS – primeiro PL de iniciativa popular que aguardou quase 13 anos para ser aprovado no Congresso Nacional, o que aconteceu neste ano de 2005. Com o novo Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social previsto na lei espera-se agregar, além de mais recursos do OGU, recursos de Estados e municípios no esforço de somar subsídios que ajudem a oferecer moradias para os que estão engrossando e ampliando as favelas e os loteamentos clandestinos em todo o Brasil o que, neste começo de milênio, está longe de constituir uma minoria da população brasileira. (Algumas estimativas mostram que mais de 50% da população de Recife, Salvador, Rio de Janeiro, São Paulo, São Luiz e Belém são ilegais.)
Outra parte complementar a essa proposta diz respeito à política fundiária que, extremamente conservadora e arcaica, contribui para a escandalosa exclusão social em nossas cidades. Já há lei para avançarmos na construção de uma cidade mais justa e solidária : o Estatuto da Cidade, por meio da aplicação da função social da propriedade. Mas isso é tema para uma nova oportunidade. Sem essa construção não há como diminuir a desigualdade social. Até mesmo para o combate à violência em áreas sobre as quais o Estado perdeu o controle, essa proposta é fundamental.
A construção de uma Política de Estado para habitação, mencionada aqui, não está totalmente consolidada. Ela depende de um conjunto de esforços do Banco Central (que monitora os investimentos dos Bancos privados), do Ministério da Fazenda, do Conselho Curador do FGTS, do Ministério das Cidades e da Caixa Econômica Federal. Algumas medidas tomadas recentemente como a chamada “MP do Bem” ou como as últimas decisões do Conselho Curador do FGTS (12 de setembro) que ampliou as faixas de renda a serem atingidas pelos financiamentos (até R$ 4,9 mil ou 16 s.m.de renda em S. Paulo, Brasília e Rio) podem inviabilizar a arquitetura do Sistema que tem um caráter integrado e distributivo.
É muito difícil no Brasil construir políticas que integrem diversos órgãos de uma estrutura "feudalizada" e especialmente, que distribuam renda. São duas condições que contrariam o caráter patrimonialista do Estado brasileiro. É preciso cautela para que interesses imediatos não inviabilizem uma proposta que fornece um paradigma sustentável e que dá perspectiva de longo prazo à política habitacional. E isto é fundamental para salvar nossas cidades.
Fonte: http://www.usp.br/fau/depprojeto/labhab/04textos/novpohab.doc