Sunday, April 26, 2009

Carta da Terra , Paris, março de 2000

“Que o nosso tempo seja lembrado pelo despertar de uma nova reverência face à vida, por um compromisso firme de alcançar a sustentabilidade, pela rápida luta pela justiça e pela paz, e pela alegre celebração da vida”.

(Carta da Terra , Paris, março de 2000)

LInk: http://www.mundosustentavel.com.br/carta_terra.pdf

Saturday, April 25, 2009

Demanda de imóveis surpreende construtoras

24/4/2009
Fonte: Valor Econômico


Vendas após pacote são recorde nas construtoras -


As construtoras que atuam na baixa renda estão assustadas - esse é o termo - com o tamanho da demanda gerada pelo pacote habitacional do governo. A partir do dia 13 de abril, quando o programa entrou em vigor, os acessos ao site dessas companhias explodiram. E boa parte desse interesse está se convertendo em vendas. O primeiro fim de semana pós-pacote foi o melhor da história para empresas, como MRV, Goldfarb, Tenda e Rodobens. As vendas chegaram a dobrar ou até triplicar.


Está certo que o mercado estava desaquecido e os parâmetros anteriores eram relativamente baixos, mas a procura superou até as expectativas mais otimistas. A procura imediata pelos sites mostra que ainda há muita dúvida. No entanto, entre curiosos e pessoas em busca de esclarecimentos, um número considerável saiu do plantão de vendas com um contrato assinado debaixo do braço. Os compradores com renda familiar de três (R$ 1.395) a até dez salários mínimos (R$ 4.650) já conseguem comprar dentro das novas regras - sem seguro e com os subsídios oferecidos pelo governo.

“Quem tem produto que se encaixa no pacote, vende”, afirma Leonardo Correa, diretor de relações com investidores da MRV. “As pessoas ainda estão entendendo o plano, mas o reflexo nas vendas é muito positivo”, confirma Eduardo Gorayeb, presidente da Rodobens Negócios Imobiliários.


A MRV assistiu a um crescimento exponencial de seus números. Ao longo de 2008, a empresa tinha 28 mil acessos diários ao site. Este ano, quando começou o burburinho sobre o pacote, passou para 40 mil e, depois de 13 de abril, saltou para 60 mil por dia, em média. “Sempre trabalhamos bem com o cliente virtual, mas não achávamos que o pacote fosse dar esse boom”, diz Eduardo Barreto, vice-presidente comercial.

A construtora mineira criou um hotsite, que entrou no ar no dia 13 de abril, e já recebeu 26 mil cadastros de pessoas interessadas em receber informações sobre o pacote. A MRV dobrou de cem para duzentos o números de corretores que tiram dúvidas no site e respondem aos chats, por exemplo, cujo acesso passou de mil para quase três mil ao dia. O perfil dos internautas são pessoas entre 25 e 35 anos, solteiros e recém-casados, com maior concentração de renda no intervalo de cinco a sete salários mínimos. A empresa mineira não abre números específicos do último fim de semana, mas informa que as vendas dos vinte primeiros dias de abril já superam em 42% as do mesmo período do mês anterior, de 947 para 1.349 contratos.


A Tenda vendia, em média, 150 unidades nos fins de semana. Nos dias 18 e 19, a empresa dobrou as vendas para 306 unidades. Se for contabilizado todo o feriado, os contratos assinados somaram 495 unidades. “Agora, a prestação de serviços e a forma como o cliente é atendido faz muita diferença”, diz Carlos Trostli, presidente da Tenda, comprada pela Gafisa.

Antes do pacote, o site da Tenda tinha 8 mil acessos e agora estão na casa de 21 mil. O agendamento de visitas às lojas da Tenda também subiu: de 600 para três mil por fim de semana, por telefone, e de 80 para dois mil, via internet. “É uma explosão de demanda.”


A Goldfarb, que pertence à PDG Realty, triplicou as vendas no primeiro fim de semana pós-programa habitacional. “Do total, 80% são de unidades elegíveis ao pacote”, afirma Michel Wurman, diretor de relações com investidores. A empresa está reduzindo o valor dos novos produtos, na faixa de R$ 70 mil, para aproveitar a demanda gerada pelo pacote.


Na Rodobens, que já detinha o domínio www.minhacasaminhavida.com.br antes do anúncio e de o governo batizar o plano, houve um aumento do interesse. As visitas saíram da casa de 300 por semana para 28 mil na semana em que o pacote entrou em vigor. “As vendas duplicaram e até triplicaram nas unidades que se enquadram no pacote”, diz Gorayeb.

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Link:
http://www.valoronline.com.br/ValorImpresso/MateriaImpresso.aspx?tit=Demanda+de+im%C3%83%C2%83%C3%82%C2%B3veis+cresce+e+surpreende+construtoras&codmateria=5532530&dtmateria=24+04+2009&codcategoria=165&tp=931539242&scrollX=0&scrollY=0&tamFonte=
http://jonasfederighi.wordpress.com/2009/04/24/vendas-apos-pacote-sao-recorde-nas-construtoras-2442009/

Idéias e soluções

" Não são as idéias que geram problemas, mas são estas que criam as soluções".

Monday, April 20, 2009

Vamos democratizar a MOBILIDADE URBANA

MOBILIDADE URBANA



Definição



"Mobilidade Urbana é o resultado da interação dos deslocamentos de pessoas e bens entre si e com a própria cidade. Isso significa que o conceito de mobilidade urbana vai além do deslocamento de veículos ou do conjunto de serviços implantados para estes deslocamentos. Pensar a mobilidade urbana é mais que tratar apenas transporte e trânsito". (Ministério das Cidades, 2006)


“Mobilidade Urbana Sustentável é o resultado de um conjunto de políticas de transporte e circulação que visam proporcionar o acesso amplo e democrático ao espaço urbano, através da priorização dos modos de transporte coletivo e não motorizados de maneira efetiva, socialmente inclusiva e ecologicamente sustentável” (ANTP, 2003b).





OBJETIVO


Segundo a Política Nacional de Mobilidade Urbana adotada pelo Ministério das Cidades, o objetivo da discussão das questões relacionadas à Mobilidade Urbana na cidade é para que as cidades adotem as seguintes medidas:

enfatizar o uso do transporte coletivo e não do transporte individual;

reduzir os congestionamentos na cidade;

diminuir a poluição ambiental gerada pelos meios de transporte;

diminuir o número de acidentes de trânsito;

incentivar a utilização de combustíveis não poluentes e renováveis;

orientar os investimentos públicos no setor de transportes;

orientar os equipamentos, a distribuição de infra-estrutura de transportes, a circulação e distribuição de mercadorias e pessoas na cidade.



DIRETRIZES


De acordo com a Política Nacional de Mobilidade Urbana Sustentável coordenada pelo Ministério das Cidades (MCidades, 2004,V. 6, pg. 63-66), devem ser observadas na elaboração de Planos Diretores municipais e da legislação urbanística, as seguintes diretrizes:

diminuição do número de viagens motorizadas;

revisão do desenho urbano;

revisão da circulação de veículos;

desenvolvimento de meios não motorizados de transporte;

reconhecimento da importância do deslocamento dos pedestres;

proporcionar mobilidade às pessoas com deficiência e restrição de mobilidade;

priorização do transporte público coletivo;

qualificação do espaço urbano;

investimento em passeios (calçadas),

em arborização urbana,

equipamentos públicos com acessibilidade a todos os cidadãos,

construção de espaços mais acessíveis (sem barreiras arquitetônicas),

estruturação da gestão local.



Em decorrência das discussões de um Plano Diretor de Mobilidade Urbana para a cidade, há também, segundo o Ministério das Cidades, a elaboração de um Plano Municipal de Acessibilidade que determine as diretrizes e ações na área da acessibilidade.



Os itens a seguir são recomendações retiradas no texto apresentado a Câmara Técnica para a discussão da regulamentação da Lei Federal nº 10.098/00, no que se refere a adequação da legislação urbanística municipal a ser seguida por todos os municípios brasileiros:

"exigir a garantia da faixa mínima para circulação de pedestres livre de obstáculos, rebaixamento de guias com faixa tátil, um traçado das vias que permita cruzamentos mais seguros e a execução da calçada conforme as determinações do decreto nº 5.296/04 e a NBR9050 na legislação de parcelamento do solo;

garantir os 2% de vagas nos estacionamentos para portadores de deficiência em função do planejamento do uso do solo, na lei de zoneamento municipal;

garantir a instalação e sinalização de mobiliário urbano adequado, disciplinar a propaganda e a instalação de feiras e camelôs no Código de Posturas;

nas leis sobre patrimônio histórico e cultural deve prevalecer o máximo grau de acessibilidade com o mínimo da alteração do imóvel;

exigir a garantia de acesso da rua a toda edificação de uso público ou coletivo, banheiro acessível, elevadores com medidas compatíveis, entre outros, assegurando a adequação dos parâmetros técnicos estabelecidos no Decreto nº 5.296 e na NBR9050, no Código de Obras;

incluir estratégias que favorecem a mobilidade urbana com prioridade ao pedestre, no Plano Diretor".
Link:http://www.planuts.com.br/Mobilidade%20Urbana.htm
http://www.ruaviva.org.br/biblioteca/index.html

Um panorama da habitação popular em Londres, EUA e Brasil

Um panorama da habitação popular em Londres, EUA e Brasil

Veja como moram as pessoas pobres em Londes, os moldes do plano habitacional que deu resultado nos EUA e a solução encontrada por arquitetos brasileiros para minimizar os problemas habitacionais.

Link:http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1004695-7823-UM+PANORAMA+DA+HABITACAO+POPULAR+EM+LONDRES+EUA+E+BRASIL,00.html

Saturday, April 18, 2009

Queremos moradias dignas, diz representante de movimentos sociais

Queremos moradias dignas, diz representante de movimentos sociais

Ivy Farias
Repórter da Agência Brasil
16 de Abril de 2009 - 10h52



São Paulo - Com o anúncio do Plano Nacional de Habitação, representantes de movimentos sociais começam a questionar a qualidade e a localização das moradias que serão construídas pelo governo federal. Durante seminário realizado hoje (16) na Assembléia Legislativa, em São Paulo, os manifestantes contestaram a forma como o programa será executado.

"Não é porque a meta é construir 1 milhão de casas que temos que aceitar qualquer coisa", ressaltou Evaniza Rodrigues, da União Nacional de Moradia Popular. Para ela, que falou em nome de todos os movimentos sociais pela habitação, as pessoas não vão aceitar o padrão mínimo de 54 metros quadrados.

"Esse programa não pode prever apenas a construção de um muro. Tem que haver cidadania, como escolas, centros comunitários. O transporte não pode chegar depois das casas. Não queremos uma nova Cidade de Deus ou uma Cidade Tiradentes (bairros populares do Rio de Janeiro e de São Paulo)".

Evaniza afirmou ainda que as construções devem pensar também em impactos ambientais e procurar alternativas ecologicamente corretas, com sistemas de capacitação e reaproveitamento de água de chuva e energia solar, por exemplo.

O arquiteto e coordenador técnico do plano Nabil Bonduki , presente ao seminário, explicou que em grandes centros como São Paulo há espaços vazios que podem servir para as novas moradias, como antigas zonas industriais. Ele ressaltou, porém, que o valor dessas propriedades tende a subir com a procura por terras. "Ao governo, cabe fazer uma pressão para que a função social do terreno seja utilizada de fato". O arquiteto sugeriu que os proprietários que não usam e não querem vender os terrenos paguem impostos progressivamente.

Bonduki disse ainda que com a urbanização das favelas, novos espaços surgem: "A verticalização traz a garantia de maior moradia". Ele sugeriu também que o plano de habitação seja pensado junto com um plano de desenvolvimento econômico. "É preciso levar empregos e condições de geração de renda para essas áeras", acrescentou.

A secretária nacional de Habitação do Ministério das Cidades, Inês Magalhães, garantiu que as áreas para a construção das novas moradias devem estar dentro do plano diretor de cada cidade. "Nosso foco são as maiores cidades, aquelas acima de 100 mil habitantes", completou.

http://74.125.47.132/search?q=cache:fPTpd9vrS9kJ:www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2009/04/16/materia.2009-04-16.0509885973/view+nabil+bonduki+abril+2009&cd=5&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br

Cartilhas

Cartilhas
Saneamento Ambiental
http://www.direitoacidade.org/blog/wp-content/uploads/2010/03/guia3.pdf

Proposta de criação de agência nacional de habitação

Plano de ação contra a crise tem proposta de criação de agência nacional de habitação

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
15 de Abril de 2009


Rio de Janeiro - A criação de uma agência nacional de habitação é uma das propostas sugeridas pelo setor da construção civil para o plano de ação contra a crise, disse hoje (15) o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Rio de Janeiro (Sinduscon/RS), Roberto Kauffman.

O plano será lançado amanhã (16) nas federações das indústrias de São Paulo (Fiesp) e do Rio de Janeiro (Firjan), nas duas capitais, pela Cúpula Empresarial do Fórum Nacional, coordenado pelo ex-ministro do Planejamento João Paulo dos Reis Velloso.

De acordo com Kauffman, a agência de habitação trataria de forma exclusiva da questão dos financiamentos e de sua regulamentação e controle, mas não seria constituída nos moldes do extinto Banco Nacional da Habitação (BNH).

“Seria uma agência nacional de habitação ligada ao Ministério das Cidades, para poder desenvolver especificamente toda essa linha de financiamento com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), da poupança", disse Kauffman. "A gente acha que funcionaria melhor, porque o Ministério das Cidades tem uma série de outras funções. E a gente quer, especificamente, uma agência para cuidar da parte dos financiamentos habitacionais de média e baixa renda.”


O presidente do Sinduscon/Rio disse que o programa Minha Casa, Minha Vida, recém-lançado pelo governo federal e que prevê a construção de 1 milhão de moradias no país até 2010, está bem alinhado com o que o setor imagina em termos de “linhas de financiamento intensas para habitação de interesse social."

O programa está sendo regulamentado, destacou Kauffman. “Ele vai ser um alento muito grande para o setor e vai proporcionar que empresas de pequeno e médio portes do Brasil possam atuar”.


Fonte: http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2009/04/15/materia.2009-04-15.5846255724/view

Entrevista com Erminia Maricato

Interesses locais ditam direção das obras do plano habitacional
Ex-secretária do Ministério das Cidades, Ermínia Maricato, afirma que pacote é imobiliário, e não habitacional

David Moisés, do estadao.com.br

SÃO PAULO - Em entrevista ao estadao.com.br, a arquiteta Hermínia Maricato, ex-secretária-executiva do Ministério das Cidades, comentou o pacote habitacional Minha Casa, Minha Vida, lançado neste mês pelo governo Lula. Leia os principais trechos da entrevista:



Construção terá dificuldade para executar pacote de Lula
Fonte: Jornal O Estado de São Paulo
17 de abril de 2009



Todo mundo está falando o governo não está fazendo uma política urbana, mas um pacote imobiliário. De fato, o principal objetivo desse pacote é criar emprego, e eu não acho isso demérito. Porque nós não sabemos o que vai acontecer nos próximos anos.



Nós tivemos nos anos 90 um desemprego muito forte, que trouxe uma nova realidade para as nossas metrópoles. Se você somar o ajuste fiscal, que causou esse desemprego, uma queda no PIB brasileiro, e com as políticas públicas recuando, tivemos o surgimento de uma realidade urbana que não conhecíamos, com abandono de crianças... Coisas que não existiam antes dos anos 80. (Surgiu) uma geração de jovens na periferia que desconheceram o que é emprego, o que é uma escola decente, um transporte que dê condições de circular pelas áreas da cidade que oferecem lazer e cultura, por exemplo.



Poder dos municípios



Esse problema urbano é muito importante, porém, a Constituição Federal remeteu aos municípios a questão da política urbana, e o governo federal não pode definir uma política urbana para esses novos conjuntos. Pode estabelecer condicionalidades. Há juristas que dizem que os municípios não são obrigados a seguir definições mais detalhadas, que podem até se recusar. O governo federal pode definir diretrizes, mas diretrizes são aquela coisa vaga...



Outra coisa que pode acontecer: o governo federal faz uma condicionalidade e a Caixa Econômica (Federal) faz uma normativa dizendo que o conjunto tem de estar a menos de 200 metros de transporte público, de uma escola de ensino fundamental, de um posto de saúde... Mas a Caixa não tem condições operacionais de pegar uma normativa dessas e aprovar cada município do País.



Então, está se cobrando do governo federal algo que não é da competência constitucional dele. Se fosse, seria um imbróglio burocrático imenso. O BNH (extinto Banco Nacional da Habitação) fazia isso, mas os erros foram muitos. Essa é a primeira questão: vai ter problema de localização e de oferta de terra urbanizada? Com certeza.



Estatuto da Cidade



Nós temos uma legislação de política fundiária muito avançada no Brasil, calcada na função social da propriedade. Essa legislação tenderia a diminuir os lucros especulativos, rentistas, que não são ligados à produção, mas ela não foi aplicada. O Estatuto da Cidade é de 2001, já existe portanto há oito anos e é uma lei festejada no mundo inteiro. Porém, o que você vê nas cidades é o pobre excluído das zonas urbanizadas, com água, esgoto, transporte, comércio, hospitais próximos... Se a gente aplicasse a regra da função social, diminuiria o lucro especulativo. Mas, no Brasil, o patrimonialismo, essa coisa do lucro com imóvel está na alma da formação da sociedade. O Estatuto da Cidade por enquanto não decolou.



Teríamos várias formas de aplicação (da função social). Mas o conceito do que é uma propriedade que não cumpre a função social foi remetido para os planos diretores. Esse foi o truque da Constituição e do Estatuto das Cidades. Não é fácil a aplicação. Para aplicar, é preciso dizer no Plano Diretor quando é que uma propriedade não cumpre a função social. Por exemplo, um grande terreno em qualquer bairro da semi-periferia, que tem uma guarita e que está sendo usado como estacionamento. Esse terreno cumpre a função social? Isso é o que tem de ser definido no Plano Diretor.



O que as prefeituras estão fazendo? Vou dar o exemplo de São Paulo. Não regulamentou a definição de imóveis que não cumprem a função social, e mandou para lei complementar algumas medidas, mas não fez a legislação complementar. Estão tornando letra morta. E por quê? Porque há um problema secular no Brasil, com a terra no campo e com terra e imóveis na cidade, e há também uma ligação do Executivo e câmaras municipais com o capital imobiliário. Há muitos prefeitos que foram loteadores e construtores em cidades de porte médio.



Pobres sob o tapete



A cidade então é reservada para o mercado, e o mercado que nós temos é de luxo. No período de baixo crescimento do País, ele construiu para no máximo 30% da população brasileira. E para onde foram os pobres? Nas metrópoles do Brasil inteiro, eles foram para a periferia distante, claro, e para áreas ambientalmente frágeis. É uma correlação cruel. Aqui em São Paulo há quase 2 milhões de pessoas em áreas de proteção de mananciais. Há outro órgão que fala em 1,5 milhão... Por aí você vê que não interessa quantificar a população pobre.



Chega a haver divergência de 50% e até 100% entre estudos. O IBGE dá 12% da população morando em favela e um estudo em Porto Alegre há dez anos mostrou que eram 22%. A cidade no Brasil é um tema muito recente na agenda nacional, é pouco conhecida porque tem uma elite que se interessa muito pouco pela racionalização do uso do fundo público e do uso e da ocupação do solo. Porque isso faz fortuna.



Mananciais



Então você tem uma tradição de empurrar pobre para debaixo do tapete. No Rio eles vão para os morros, principalmente na Zona Norte, eles estão nas dunas, nos mangues... Não estou dizendo que a população rica dos loteamentos fechados não agrida a natureza. Trabalhei muito com o Ministério Público sobre esses loteamentos fechados. Mas o fato é que áreas valorizadas pelo mercado imobiliário são áreas em que os pobres não entram. Áreas que têm cinco níveis de legislação protegendo, como é a mata no sul da capital paulista, é ali que sobrou para a população pobre. Então desmatam, ocupam, poluem a represa que fornece a água que nós bebemos. (O Poder Público) deixa isso acontecer e - o que é pior - depois a prefeitura vai lá e criminaliza as pessoas, como vem fazendo agora. Como se 2 milhões de pessoas fossem criminosos.



Na cidade brasileira, a ocupação ilegal é regra, mais do que exceção, porque o problema fundiário, o acesso a um pedaço de terra, não foi equacionado. A elite se apropriou da terra que é legal e adequada para o mercado.



Se esse pacote conseguir produzir para a população pobre, majoritariamente, vai ser a primeira vez na história do País. O BNH produziu conjuntos habitacionais fora das cidades. Bem fora... Mas priorizou a classe média. Porém, vai enfrentar essa questão fundiário-imobiliária: como é que vamos por os pobres dentro da cidade. E essa é uma questão municipal. Não tem como escapar disso, não tem como culpar o governo federal se surgir uma Cidade de Deus.
Link:
http://www.estadao.com.br/economia/not_eco356412,0.htm

Sunday, April 12, 2009

Palestra com Raquel Rolnik

Palestra com Raquel Rolnik
Fonte:http://www.sengerj.org.br/

(03/04/2009) - O SENGE-RJ convida para a palestra sobre habitação, com a arquiteta e urbanista Raquel Rolnik, dia 15 de abril, às 18h, no auditório do Sindicato (Av. Rio Branco, 277, 17º andar - Cinelândia)

Friday, April 03, 2009

QUARTAS URBANAS - História e Tradição da Habitação Social no Rio de Janeiro