25 milhões de domicílios inadequados
Brasil possui 25 milhões de domicílios inadequados para a moradia, diz IBGE
Daniel MilazzoEspecial para o UOL Notícias No Rio de Janeiro
O Brasil ainda registra 25 milhões de domicílios considerados inadequados para a moradia, segundo a pesquisa de Indicadores de Desenvolvimento Sustentável 2010, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (1º). Em 2008, 43% dos domicílios brasileiros não cumpriam todos os critérios do estudo: até dois moradores por dormitório, coleta de lixo direta ou indireta por serviço de limpeza, abastecimento de água por rede geral e esgotamento sanitário por rede coletora ou fossa séptica.
Domicílios particulares adequados para a moradia
1992
2008
Adequados para a moradia
36,8%
57%
Até 2 moradores por dormitório
66,7%
82,4%
Rede geral de água
73,6%
83,9%
Rede geral de esgoto ou fossa séptica
56,7%
73,2%
Coleta de lixo direta ou indireta
66,6%
87,9%
A pesquisa, no entanto, revela que houve avanço na área, já que em 1992 apenas 36,8% dos domicílios particulares atendiam aos requisitos do indicador – em 2008 eram 57%. Houve aumento em todos os critérios, mas as desigualdades regionais ainda são marcantes. Enquanto 72,5% dos domicílios da região Sudeste são considerados adequados, na região Norte eles representam apenas 28,6%.
Dois BrasisA pesquisa do IBGE sugere a existência de “dois Brasis”: um, menos desenvolvido, formado pelas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste (à exceção do Distrito Federal) com índices inferiores à média nacional; e outro com indicadores acima da média, composto pelas regiões Sul e Sudeste.
Entretanto, o maior contraste está na região Centro-Oeste. A unidade federativa com o pior indicador é Mato Grosso do Sul (21,1%), enquanto aquela detentora do melhor índice é o Distrito Federal (78,6%).
Quando se analisa a taxa de acesso a rede de esgoto ou fossa séptica, o Centro-Oeste é mais uma vez o retrato da desigualdade, visto que o Mato Grosso do Sul figura como o pior Estado nesse critério –apenas 24% de seus domicílios possuem a estrutura– e o Distrito Federal detém o maior percentual do país (96,8%).
Domicílios adequados por regiões do país
Brasil
57%
Norte
28,6%
Nordeste
40,2%
Centro-Oeste
39,4%
Sudeste
72,5%
Sul
62,3%
Abastecimento de água
Segundo o levantamento do IBGE, os menores percentuais de residências com abastecimento de água por rede geral estão concentrados na região Norte, principalmente em Rondônia (42,3%), Pará (49,1%) e Acre (56,8%). Contudo, o estudo ressalta que nessas áreas é maior a proporção de domicílios que se abastecem da água de poços ou nascentes. Em Rondônia, 38,8% das casas usam esse tipo de abastecimento, enquanto no Pará o índice chega a 47,6%.
A média nacional dos domicílios que possuem abastecimento de água por rede geral é de 83,9%. No entanto, a porcentagem de casas que possuem o esgotamento sanitário adequado ainda é inferior (73,2%) e está diretamente associada ao indicador de Doenças Relacionadas ao Saneamento Ambiental Inadequado (DRSAI). Um exemplo disso é o Estado de Alagoas, que possui somente 36,8% de seus domicílios com acesso a rede geral de esgoto ou fossa séptica e registra 497,7 internações hospitalares por DRSAI a cada 100 mil habitantes, índice 61,2% superior à média nacional, que é de 308,7.
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