Revitalização Centros
Ocupar prédios pode reduzir degradação
Fonte: O Estado de S.Paulo
Além de revitalizar o centro, especialistas destacam que levar moradores à
região beneficia transporte público
Bruno Tavares, Rodrigo Brancatelli
A ocupação de prédios ociosos é considerada por urbanistas etapa essencial
no projeto de revitalização do centro de São Paulo. Além de levar "vida" à
região, a iniciativa teria outros efeitos positivos para a cidade, como
amenizar a superlotação do transporte público, agravada pela necessidade
diária de deslocamento dos paulistanos dos bairros periféricos para a área
central, onde estão as vagas de emprego.
"Há uma abundância de serviços, comércio e transporte no centro. É preciso
ter gente morando no centro para aproveitar essa infraestrutura", disse a
arquiteta Maria Ruth do Amaral Sampaio, professora da Faculdade de
Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP.
Outro ponto destacado por especialistas é o potencial de mistura de
classes - entre os anos 50 e 70, a elite migrou dos bairros centrais para
empreendimentos em outras regiões da cidade. Os projetos anteriores para
reocupar no centro, no entanto, esbarravam em dois entraves: a falta de
financiamento e os especuladores. Para Maria Ruth do Amaral Sampaio, a
transformação de prédios desocupados em moradia atualmente é mais barata do
que a construção de novas unidades.
"Hoje, há tecnologia para fazer isso. Além de ser viável, sai mais barato,
principalmente se levarmos em conta a questão da desoneração do transporte",
avalia. A professora da FAU não tem dúvidas quanto à viabilidade do projeto
desenvolvido pela Cohab. "Depois da 2ª Guerra Mundial, Holanda, Inglaterra e
França fizeram exatamente isso. Não derrubaram nada", disse. "Não há nenhum
grande entrave, mesmo porque diversos prédios pertencem a um mesmo dono. Se
não fizeram até hoje por falta de vontade."
Maria Ruth também é favorável à ideia da Prefeitura de montar unidades
menores, voltadas para famílias de baixa renda, e apartamentos mais amplos,
procurados pela classe média. "Há muita gente morando hoje na Avenida São
Luís. Tenho certeza de que haverá interesse em outros pontos."
Fonte : http://www.nossasaopaulo.org.br/portal/node/9992
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