Monday, January 22, 2007

Ufba vai realizar estudos sobre habitações

Ufba vai realizar estudos sobre habitações
Fonte: Jornal Correio da Bahia (BA), em 29/12/2006

O centro de Salvador, o subúrbio ferroviário e a região da Paralela concentram os 10% restantes de espaços vazios para investimento em habitação de interesse social. São mil hectares de terrenos de topografia acidentada, encostas com alta declividade e terrenos alagadiços. Além de poucos espaços vazios e um déficit habitacional que atinge cem mil moradias, um terço da área de Salvador é ocupação informal e abriga 60% da população.

Os problemas não são poucos. A solução pode ser encontrada nas pesquisas acadêmicas desenvolvidas para a construção de unidades habitacionais de baixo custo e de tecnologias alternativas para a ocupação de encostas no município. A Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia (Ufba), por exemplo, vai ajudar na definição de novas estratégias para a habitação em Salvador.

Ontem, foi assinada a ordem de serviço, no valor de R$50 mil, para a execução de um convênio entre a universidade e a Secretaria Municipal da Habitação (Sehab). O dinheiro é proveniente do governo federal, através do Programa Habitar Brasil/BID, coordenado pela Caixa Econômica Federal e Ministério das Cidades. "Será a primeira vez que vamos trabalhar em áreas virgens. A ocupação de encostas sem riscos, além de alternativas para melhorar as condições habitacionais da população é um desafio. Oferecer segurança com baixo custo", explicou o diretor da Escola Politécnica, Luís Edmundo Campos. Caberá à universidade sistematizar os estudos e propor projetos ao município. "Os resultados servirão ainda de subsídio para a realização de curso de capacitação para os servidores municipais e a confecção de um manual contendo orientações para a adoção dessa tecnologia", declarou a secretária Municipal da Habitação, Ângela Gordilho. Na primeira parte do convênio serão levantadas as iniciativas e tecnologias empregadas em outras cidades e estados.

Entre alguns dos projetos já desenvolvidos pela universidade estão a fabricação de tijolo com entulho processado e a utilização de garrafas pet na construção de lajes. "O desperdício de materiais, quase sempre utilizados de forma inadequada, a falta de projeto e o desconhecimento de tecnologias apropriadas comprometem a qualidade da moradia e não oferecem segurança nas edificações autoconstruídas. Então a autoconstrução acaba sendo insegura e onerosa", explicou o professor da Politécnica Adailton de Oliveira. Mas a própria universidade enfrenta um desafio: a dificuldade de formar profissionais para atuar em áreas de baixa renda.

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