Projeto modelo para o Centro
Projeto modelo para o Centro
Fonte: Jornal do Brasil (RJ)14/09/2008
Revitalização começará pela reforma de casarões
O projeto para a revitalização da zona central do Rio de Janeiro já está em andamento. O marco inicial da iniciativa da Secretaria de Habitação é a reforma de um velho casarão situado na Rua Regente Feijó, 23, esquina da Rua da Constituição, 21, para abrigar nove famílias que moravam precariamente no local. Elas hoje recebem R$ 250 de aluguel provisório pago pelo Estado. A obra, no valor de R$ 782.870,11, foi iniciada há um mês.
Um convênio de cooperação técnica foi firmado entre a Secretaria de Estado de Habitação e a Associação da Moradia Digna das Áreas Centrais, com a interveniência da Cehab-RJ. Com a recuperação do velho sobrado de dois pavimentos, as famílias voltarão a morar perto de seus trabalhos, bem no coração nevrálgico do Rio, ao lado de lojas, comércio variado e opções de transporte. Os ocupantes terão acesso ao financiamento pelo Programa Crédito Solidário, administrado pela Caixa Econômica Federal, com verba do Ministério das Cidades. A previsão de entrega dos nove apartamentos é de 10 meses. Os imóveis terão 35 metros quadrados de área construída e cada morador vai pagar R$ 95 durante 20 anos, sem juros.
Matilde Guilhermina de Alexandre, presidente da associação das Áreas Centrais, acredita que a iniciativa das esferas governamentais é o pontapé inicial para novas soluções para habitação popular.
– A cada dia cresce o número de moradores de rua, sem falar do abandono de centenas de prédios. Isso é um problema social muito grave – enfatizou Matilde.
– Pela primeira vez o Estado vai destinar imóveis próprios pertencentes ao patrimônio imobiliário do Rio para habitação popular. É um contra-senso termos tantos espaços vazios no Centro, prédios deteriorados ou em ruínas, precisando de preservação, quando há milhares de famílias que trabalham no Centro da cidade à espera de moradia – declarou o secretário Noel de Carvalho.
– O projeto de revitalização da Zona Central recupera o corredor histórico do Rio que no início do século XVIII era habitado pela elite. Hoje ele será destinado como local de residências dignas e próximas ao trabalho para a população de baixa renda – comentou o presidente da Cehab-RJ Luiz Anchite.
O Programa de Reabilitação de Áreas Urbanas Centrais, em parceria com movimentos sociais, escritórios de assistência técnica e governos estaduais e municipais vem conseguindo disponibilizar e reformar imóveis vazios e abandonados em centros de cidades para serem ocupados com o uso habitacional e misto (habitação com comércio no térreo).
O caso relatado pela matéria anterior conta ainda com a parceria do Programa Crédito Solidário e com recursos a fundo perdido do próprio programa de Reabilitação, ambos do Ministério das Cidades, que juntos viabilizam a execução das obras.
Este caso, assim como as ocupações Chiquinha Gonzaga e Manoel Congo, também no centro do Rio de Janeiro, sinalizam para os mecanismos de parceria como instrumentos fundamentais para a destinação de imóveis vazios em centros urbanos.*
(*Texto elaborado pela equipe de Reablitação de Áreas Urbanas Centrais)
Fonte: Site do Ministério das Cidades
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