Wednesday, March 28, 2007

ABL discute Favelização ...

ABL discute "Favelização" na inauguração do "Brasil, brasis"
A Academia Brasileira de Letras estréia o Seminário Brasil, brasis deste ano com um tema polêmico que será analisado sob diversos ângulos. Na próxima quinta-feira (29/3), às 17h30, o Salão Nobre do Petit Trianon abrirá suas portas para o debate "A favelização, fenômeno das grandes cidades".
Os acadêmicos Helio Jaguaribe e Eduardo Portella, o urbanista Jorge Wilheim, a socióloga Aspásia Camargo e o escritor Paulo Lins, autor de “Cidade de Deus” - livro que inspirou o filme homônimo dirigido por Fernando Meirelles - vão discutir pontos significativos como as precariedades de quem não tem endereço urbano, o drama da favela, a ausência do Estado, a vulnerabilidade dos jovens perante a violência e o tráfico decorrente.

O Seminário Brasil, brasis tem entrada franca e os internautas poderão acompanhar a transmissão ao vivo pelo site da ABL.

Cidade Imperial festeja 164 anos



Cidade Imperial festeja 164 anos
Fonte: Jornal do Brasil, em 16/03/2007


Petrópolis, cidade assim batizada em homenagem ao imperador dom Pedro, comemora os 164 anos com a revitalização do Centro Histórico e uma programação variada. O destaque de hoje é o show do cantor Fábio Júnior, às 20h, no Obelisco. Missas no Palácio de Cristal e na Catedral de São Pedro também fazem parte do calendário festivo da cidade.


Além dos eventos gratuitos ao longo do dia, a população recebeu de presente um centro de educação infantil para 100 crianças e o Palácio Rio Negro completamente reformado.

Para o prefeito Rubens Bomtempo, no segundo mandato, cuidar do patrimônio histórico de Petrópolis significa incentivar o turismo.

Queremos cada vez mais turistas na cidade para batermos novos recordes como o do Museu Imperial, o mais visitado da América Latina. Por isso, o Centro Histórico passa por mudanças estruturais para ressaltar a beleza das construções antigas e esconder traços indesejáveis de modernidade comemora Rubens. As calçadas estão mais largas na Rua do Imperador; os fios de luz e de telefone, em uma galeria subterrânea; e a rodoviária, fora do Centro, para evitar tumulto na região e sua conseqüente desvalorização.

Além do incentivo ao turismo, uma das preocupações principais do atual governo de Petrópolis é com a educação. A ampliação da rede de ensino médio da cidade foi negociada com o governador Sérgio Cabral, presente nas comemorações de ontem.

Oferecemos a utilização das escolas municipais no turno da noite para o Estado. É possível que as aulas comecem já no segundo semestre diz o prefeito de Petrópolis, que cedeu um prédio do Centro Histórico para a instalação de uma rede de educação à distância. Há planos, ainda, das fábricas abandonadas serem transformadas em escolas de ensino médio.

Se no campo da educação as negociações estão bastante avançadas, no da habitação a situação não se repete. Segundo o prefeito Rubens Bomtempo, o principal problema de Petrópolis é o déficit habitacional de 4 mil casas o que contribui para o crescimento irregular.

Nos últimos quatro anos, construímos 500 casas de 42 metros quadrados, com custo entre R$ 22 e 25 mil diz o prefeito. Para a construção de moradias suficientes para toda a população, precisamos de investimentos dos governos estadual e federal e de parceiras com a iniciativa privada.

Outro problema significativo é o fato de apenas 30% do esgoto da cidade ser tratado.

Uma estação de tratamento vai ser inaugurada em abril e fará com que 78% do esgoto da cidade seja tratado diz o prefeito. Não resolve, mas melhora.

Friday, March 23, 2007

Cinema - Pampulha ...

Pampulha ou a Invenção do mar de Minas

Urbanização da Rocinha

Sérgio obtém verba de obra na Rocinha
O Globo







Em encontro com o governador eleito Sérgio Cabral, Lula garante R$30 milhões para obras no Maracanã visando ao Pan

BRASÍLIA. Depois de uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto, o governador eleito do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), anunciou ontem que o governo federal vai liberar hoje R$90 milhões para o Rio. Desse total, R$60 milhões serão destinados à urbanização da Rocinha e o restante a obras estruturais no Maracanã, para permitir que o estádio esteja em condições de ser usado nos Jogos Pan-Americanos de 2007.

O presidente Lula assinou ontem medida provisória que será divulgada hoje. Cabral, primeiramente, discutiu os detalhes da MP com os ministros da Casa Civil, Dilma Rousseff; do Planejamento, paulo bernardo; e dos Esportes, Orlando Junior. Segundo paulo bernardo, os recursos serão liberados imediatamente.

Investimento na Rocinha será de R$60 milhões O governador eleito disse que serão realizadas "obras inovadoras" na Rocinha e garantiu que, depois delas, a favela não crescerá mais. Ele explicou que os R$60 milhões serão aplicados num projeto elaborado por Luiz Carlos Toledo, que venceu um concurso do IAB (Instituto dos Arquitetos do Brasil). Serão feitas novas ruas, avenidas, moradias e áreas de lazer. - Será uma mudança de cara da principal favela do Rio de Janeiro, que é a favela da Rocinha. Temos que romper com a visão de gueto das comunidades faveladas do Rio - disse Cabral, garantindo que a Rocinha conhece e apóia o projeto. Segundo Cabral, haverá uma remoção temporária de cerca de 3 mil moradores para uma área próxima à Rocinha. As obras devem durar todo o ano de 2007. - Haverá a criação de um entorno na favela, impedindo seu crescimento. A Rocinha não cresce mais - disse Cabral. No caso das verbas para o Complexo do Maracanã, ele explicou que o Maracanãzinho sofrerá melhorias, com a instalação de um ar-condicionado, de escadas rolantes e equipamentos modernos. Ele disse que tudo deverá estar pronto para o Pan, em junho. - A colocação de um sistema de ar-condicionado vai preparar o Maracanãzinho para receber eventos internacionais - disse. - É um verdadeiro gol de placa. Cabral disse que fez o pedido a Lula há cerca de 30 dias e que o presidente decidiu agilizar a análise do assunto. No encontro de ontem, descontraído, Lula disse a Sérgio Cabral que quer visitar o Maracanã, quando for em janeiro ao encontro do Mercosul, nos dias 18 e 19.

- É importante porque é o governo federal tratando o Pan como um problema seu, como um evento nacional e internacional. De acordo com Cabral, a ministra Dilma Rousseff deverá chegar ao Rio no dia 22 de janeiro para fazer uma análise dos problemas pendentes na preparação do Pan.

A construção de um anel viário em torno da Rocinha, para conter a expansão horizontal da favela e melhorar o acesso dos moradores, é uma das principais idéias previstas no projeto coordenado pelo arquiteto Luiz Carlos Toledo, do escritório M&T. O projeto - que Cabral se comprometeu a executar ainda durante a campanha eleitoral - venceu, em janeiro, um concurso de idéias promovido pelo estado e pelo IAB.

- Nossa equipe, de 32 pessoas, sendo duas moradoras da Rocinha, trabalhou durante três meses na elaboração do projeto de Plano Diretor Participativo para a comunidade. Realizamos dois seminários com moradores; um deles só com crianças, e outro com o pessoal que mora no centro da Rocinha, entre a Estrada da Gávea e a Rua 4 - contou Toledo. Segundo o arquiteto, o futuro anel viário deve respeitar a topografia da Rocinha. Em torno dele, devem ser construídas quadras de esporte e centros de lazer. As melhorias viárias previstas contemplam ainda a abertura de caminhos (como a ligação entre a Rua 2 e o valão) e o alargamento de ruas. - Mas, antes de serem executadas, todas as intervenções têm que ser discutidas num seminário aberto a toda a comunidade - explicou Toledo. Prédios serão erguidos para famílias desabrigadas Para que possa ser viabilizado, o projeto prevê a construção de uma fábrica de argamassa armada. A intenção é que essa fábrica produza o material que será usado na construção de prédios que vão abrigar as famílias cujas casas serão derrubadas e também aquelas que vivem em áreas de risco.

Também está prevista a implantação de uma unidade pré-hospitalar, duas creches, áreas de estacionamento, mercado produtor e um programa de requalificação das habitações existentes. Também serão realizadas melhorias na infra-estrutura de água, esgoto, drenagem e iluminação pública. Sem falar na instalação de uma escola técnica nas dependências que pertenciam à Escola Americana, que deve ser transferida para a Barra.




No desenho, uma projeção da favela: nova passarela e reforma dos prédios

Wednesday, March 21, 2007

Oferta habitacional

ARTIGO: Oferta habitacional
Fonte: Jornal Correio Brasiliense (DF), em 05/03/2007


Autores: Paulo Ávila (Professor de Arquitetura e Urbanismo do Iesplan) e Daniel da Mat (Pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada- Ipea)

Um dos principais problemas das cidades brasileiras é o fato de milhões de pessoas viverem em condições precárias de moradia, em assentamentos produzidos informalmente. A essas áreas estão associados problemas como criminalidade, doenças e degradação ambiental, que atingem com maior intensidade as populações mais pobres. No atual contexto brasileiro, até que ponto o desenvolvimento econômico pode alterar esse cenário, elevando a oferta de moradias formais para segmentos de baixa renda e reduzindo o processo de favelização do país?

De modo geral, os investimentos do setor privado se dão a partir das expectativas de custo e de retorno dos empreendimentos. A de retorno depende da demanda de mercado e da infra-estrutura disponível, entre outros fatores; as de custo, de fatores como tributos, preço de insumos de produção, valor do capital em relação à taxa de juros e o ambiente regulatório que impacta a segurança do empreendimento. Caso a expectativa de retorno supere a de custo, o empreendedor efetua o investimento.

Medidas de políticas econômicas lançadas nos últimos anos pelo governo visando ao desenvolvimento econômico, algumas incluídas no Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), afetam a decisão de investimento das firmas que atuam no mercado habitacional. Pelo lado da expectativa de retorno dos investimentos, é provável que haja elevação da demanda por habitações graças ao aumento do crédito habitacional e do potencial crescimento econômico. Além disso, os investimentos no setor de saneamento básico poderão abrir novas frentes de atuação do mercado imobiliário formal.

A expectativa de custos, por sua vez, será reduzida tanto pela desoneração fiscal de materiais de construção quanto pela redução na taxa de juros básica da economia. A primeira, já em curso, produz efeito ambíguo no mercado habitacional. Se, por um lado, pode incentivar os investimentos do setor imobiliário privado, por outro pode aquecer o mercado imobiliário informal ao incentivar famílias de baixa renda a partir para a autoconstrução, que está na gênese de formação das favelas e assentamentos informais. Um fator que reforça essa análise é que grande parte da população pobre está no mercado de trabalho informal, portanto, sem acesso aos financiamentos para aquisição de moradias formais.

O mercado imobiliário está aquecido como demonstra o crescimento do PIB da construção nos últimos anos. No entanto, o incremento se dá nos segmentos de padrão mais elevado, que é majoritariamente formal. De modo geral, as evidências mostram que a redução de custos nos materiais de construção não é suficiente para incentivar por completo a formalização da moradia de baixa renda.

Outro aspecto que merece menção é a forte regulação urbana.

Legislações muito restritivas e complexas não dão margem à formatação de produtos adequados às condições da população de baixa renda e processos excessivamente burocratizados de licenciamento ambiental, aprovação e registro de parcelamentos urbanos impactam negativamente a expectativa de retorno, visto que aumentam as incertezas e afetam o custo do capital imobilizado nos empreendimentos. Esse aspecto é crítico em empreendimentos populares, em que as margens de retorno são muito reduzidas devido ao próprio perfil da demanda de baixa renda.

Embora o aperfeiçoamento do ambiente regulatório seja fator que pode melhorar a viabilidade da produção de imóveis para baixa renda, por si só não é suficiente para ampliar a oferta formal de imóveis no segmento. A ação do poder público local no controle da ocupação irregular e ilegal de terras também é essencial para a redução da expectativa de retorno dos empreendimentos informais.

Pesquisadores do Ipea e do Banco Mundial demonstraram que o crescimento econômico tem o efeito de reduzir o estoque de favelas, via aumento da renda. Contudo, para os segmentos de baixa renda, o fato ocorrerá se houver ampliação da oferta, no sentido de equilibrar o aumento da demanda. Medidas específicas para elevar a oferta habitacional formal nesses segmentos, portanto, também são necessárias para reverter o quadro de favelização no Brasil. Se isso não ocorrer, a saída para as camadas mais pobres ainda será o mercado informal. Ademais, para que o crescimento econômico implique de fato elevação da renda, é essencial que as condições de acesso ao mercado formal de trabalho também sejam melhoradas.





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Tuesday, March 20, 2007

Exibição do filme : Pampulha ...

Exibição do Filme “Pampulha - ou A Invenção do Mar de Minas”



Filmado em película, 35 mm, e com narração do ator Rodolfo Bottino, o longa-metragem reconstitui as minúcias da construção, em Belo Horizonte, anos 40, quando Juscelino Kubitschek apostou no talento de um arquiteto novato que tinha em seu currículo apenas o Grande Hotel de Ouro Preto. Niemeyer teve um dia de prazo para esboçar a idéia, lembra ele, em depoimento ao filme: “Eu era jovem e aquele pedido, feito de repente, não me intimidou. No dia seguinte entreguei o projeto, o mesmo que acabou sendo construído”.

Era o início de uma relação de amizade que deu muitos frutos à arte e à paisagem brasileira. Juntos, Juscelino e Niemeyer restabeleceram a ligação entre arquitetura e artes plásticas, cujo ápice se daria na construção de Brasília. Os jardins de Burle Marx, as esculturas de Ceschiatti e o famoso painel de Portinari são alguns dos ornamentos que compõem o conjunto da Pampulha, inaugurado entre o fim de 1942 e o início de 1943 e composto por um Cassino, a Casa do Baile, o Iate Clube e a Igreja São Francisco de Assis, fechada pela Igreja Católica por 17 anos. Palco de eventos que reuniram a elite mineira e também o grande público, o lugar recebeu estrelas da música brasileira e internacional em plena época de ouro do rádio e das grandes orquestras.

Dando continuidade à inventividade do arquiteto francês Le Corbusier na construção do Ministério da Educação e Saúde, atual Palácio Capanema, no Rio de Janeiro, Niemeyer fez da Pampulha a primeira obra arquitetônica do modernismo brasileiro. Apaixonado pelas idéias do arquiteto e amigo, Juscelino Kubitschek promoveria, em seguida, em Belo Horizonte, a exposição Arte Moderna, em 1944, que estreitou os laços entre a vanguarda paulista de nomes como Oswald de Andrade e a cena mineira.

Informativo mas também recheado de declarações emocionadas, o filme intercala a narração de Rodolfo Bottino com imagens de arquivo que resgatam, por exemplo, cenas raras filmadas pelo cineasta Humberto Mauro. Há também depoimentos de personagens que viveram a época, como o próprio Niemeyer, o músico José Torres e o engenheiro Marco Paulo Rabelo, e de estudiosos como o escritor Silviano Santiago, o historiador e ex-prefeito de Ouro Preto Ângelo Oswaldo de Araújo e o jornalista Frederico Morais.

“A Pampulha foi o início da minha arquitetura e a primeira obra que JK realizou. E foi o início de Brasília. Juscelino vivia o encanto de fazer uma coisa bonita. Lembrava assim um príncipe da Renascença, procurando a beleza, a coisa diferente. Era uma grande figura”, resume Niemeyer.

Oswaldo Caldeira volta a dirigir um documentário: ”O filme focaliza os sonhos de dois homens: JK e Niemeyer. É o momento em que a guerra acaba e está surgindo um novo mundo e um novo Brasil. É uma segunda etapa da revolução modernista no Brasil, o modernismo chegando à arquitetura, com JK almejando construir uma Belo Horizonte mais ampla, inclusive com preocupação social. JK convida os modernistas de 22 do Rio e de São Paulo para visitar Minas e apresentar a arte moderna aos belo-horizontinos. Dá-se o choque, o confronto, o escândalo”, analisa o cineasta. “Pampulha - ou A Invenção do Mar de Minas” foi patrocinado por CEMIG e Grupo Beni e finalizado com recursos da Ancine. Apoio cultural: Fundação Oscar Niemeyer, Fundação Universitária José Bonifácio, Universidade Federal do Rio de Janeiro e Instituto de Arquitetos do Brasil Departamentos Minas Gerais e Rio de Janeiro.

No dia 27 de março, às 19:00, no Rio de Janeiro, o filme será exibido no Instituto de Arquitetos do Brasil, dentro programação do “Ano Centenário de Oscar Niemeyer”, do qual participam diversas entidades que comemoram os 100 anos do arquiteto, completados em 2007.FICHA TÉCNICA: Título: “Pampulha - ou A Invenção do Mar de Minas”
Direção e roteiro: Oswaldo Caldeira
Produção Executiva: Paula Martinez Mello e Carlos Salgado
Apresentação e Narração: Rodolfo Bottino
Fotografia e Câmera: Antônio Penido e Antônio Luiz Mendes
Duração: 73 minutos
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Sunday, March 18, 2007

Palestra do Professor Lawrence Herzog

PROJETO DE LEI 6981, DE 2006

PROJETO DE LEI Nº 6.981, DE 2006


Assegura às famílias de baixa renda assistência técnica pública e gratuita para o projeto e a construção de habitação de interesse social.
Autor: Deputado Zezéu Ribeiro
Relator: Deputada Marinha Raupp


http://www.forumreformaurbana.org.br/projetos/clientes/noar/noar/UserFiles/26/File/plassistencia%20t%E9cnica.doc

O Centro em disputa (IPHAN)

O centro em disputa
Fonte: "Patrimônio: Revista Eletrônica do IPHAN", Dossiê nº 2 (Nov/Dez de 2005)

Reformas nas áreas urbanas precisam sempre lidar com o problema delicado da remoção de populações. O desafio é respeitar o patrimônio histórico e os moradores da região
(Patricia Mariuzzo)

Uma questão freqüente nos programas de requalificação/ reocupação dos centros urbanos é como tratar a população que habita essas áreas. Será possível tratar o problema de forma justa? Será possível conciliar o projeto urbanístico, que implica em revalorização desses espaços, com um projeto social de inclusão e permanência da população? Ou o sentido inerente a esses programas, presentes em diversas cidades brasileiras como Salvador, Recife, São Paulo, é afastar essa população? O recente caso da construção de rampas com piso áspero - para dificultar que moradores de rua se abriguem no espaço - na passagem subterrânea entre duas avenidas da cidade de São Paulo é apenas o fragmento de uma discussão mais ampla. É um sinal da dificuldade que as políticas públicas têm para tratar a questão da permanência das populações frente aos programas de revitalização de centros urbanos.

É raro conseguir encontrar projetos que tenham tido sucesso na resolução do problema. Críticos apontam para um processo de higienização social e gentrificação (elitização), que traz cultura e melhoramento do espaço urbano, mas, ao mesmo tempo, promove a exclusão social. Um equívoco comum é acreditar que essas áreas não possuem vitalidade. Segundo o professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Carlos Vainer, é exatamente o oposto, essas áreas são muito vivas, mas foram ocupadas por grupos sociais de baixa renda. “O que está sendo feito é renegar um tipo de vitalidade e recuperar áreas para determinados grupos sociais”, afirma ele. Na maioria das vezes essas regiões perderam seu dinamismo porque o eixo econômico se deslocou, dispensando a região de seu papel de centralizar várias funções econômicas e sociais. A população rica desloca-se então desses locais que, conseqüentemente, perdem seu valor, tornando-se acessíveis às classes menos favorecidas. Com isso, tais locais deixam de receber a atenção do Estado e entram em contínuo processo de degradação. “Historicamente, os investimentos do Estado só se justificam se forem para a classe rica. A degradação ocorre devido à ausência do Estado”, explica Vainer. Entretanto, ainda segundo ele, como os custos da expansão da malha urbana (implantar sistema de transporte, levar energia elétrica, água e esgoto, escolas etc.) estão cada vez mais altos, a racionalidade econômica determina então reconfigurar o uso de regiões já estruturadas. Então as atenções se voltam novamente para os centros antigos.

Crítico do projeto de construção das rampas “antimorador” de São Paulo, o Padre Júlio Lancellotti, da Pastoral do Povo da Rua, classifica o projeto de revitalização do Centro Velho de São Paulo como higienista e excludente. Para ele, os benefícios do programa de recuperação, que está em curso desde o começo deste ano, são negados às pessoas que moram nas ruas. “Seria melhor uma rampa pedagógica em lugar da rampa de concreto, precisamos de uma política pública que permita que estas pessoas saiam das ruas definitivamente. O projeto não é ético, nem estético, já que não beneficia a todos, não parte de um princípio de inclusão. Por que determinada faixa da população só pode viver na periferia? O pobre também tem o direito de morar no Centro”, diz o Padre. Já a Associação Viva o Centro, que completou 14 anos de atividades este mês, apoiou a medida da prefeitura, afirmando a necessidade de desincentivar a permanência da população pobre no centro da cidade. A Associação defende a ampliação de projetos de promoção social conduzidos pelo Programa de Ações Locais - como os refeitórios comunitários e o Fórum de Entidades Assistenciais, voltado a crianças e adolescentes da área central - em parceria com a Secretaria Municipal de Assistência Social.

O chamado Centro Velho de São Paulo continua sendo uma área vital da cidade, mesmo com todos os problemas de degradação. A região tem um fluxo de cerca de dois milhões de pessoas em dias úteis e representa 11% dos empregos da cidade. Conta ainda com sistema de transporte, água encanada e esgoto, energia elétrica e várias opções de entretenimento. Toda esta estrutura é alvo de especulação imobiliária. No dia 6 de setembro, foi publicado decreto no Diário Oficial do Município, declarando como utilidade pública uma área de 105 mil metros quadrados que abrange ao todo 750 imóveis. Isto significa que a prefeitura pode, a partir de agora, desenvolver um projeto urbanístico para a região, inclusive desapropriando imóveis no futuro para que sejam “melhor” aproveitados, colaborando para a revitalização da região. Para o professor da UFRJ, Carlos Vainer, um erro freqüente nos projetos urbanísticos de requalificação é desconsiderar a vitalidade das populações que ocupam os locais degradados procurando um “aproveitamento melhor” de tais áreas. Para ele, os programas encobrem na verdade um processo de reapropriação burguesa que força a população de baixa renda a sair dos centros por não ter condições de aproveitar adequadamente tais regiões. “A recuperação mencionada pelos urbanistas tem um duplo sentido, trata-se de recuperar a paisagem, mas também de recuperar a terra. A cidade é uma arena, um local de disputa de grupos sociais”, diz ele.

Depois da rampa, um novo problema

O projeto das rampas antimorador foi interrompido sob críticas, mas outra celeuma ameaça ocupar seu lugar, a questão dos catadores de lixo reciclável ou carroceiros que circulam pelas ruas do Centro Velho, área onde se concentra o maior número de catadores avulsos e cooperativas fora das centrais municipais. A infra-estrutura da coleta de materiais recicláveis da prefeitura conta com 14 centrais de triagem e 72 caminhões que circulam com 20% de sua capacidade de transporte. São beneficiadas 705 pessoas, com uma renda média mensal de R$ 400. Em paralelo, cooperativas e catadores avulsos operam fora desse sistema, segundo a sub-prefeitura, em condições inadequadas de trabalho. A Secretaria de Serviços está implantando mudanças no atual modelo de coleta seletiva na cidade, para inclusão de profissionais que vivem desse ramo e, por enquanto, não houve conciliação entre a subprefeitura e as cooperativas catadores independentes. Para Carlos Antônio dos Reis, o Carlão, do Movimento Nacional dos Catadores de Lixo Reciclável, a real intenção da Secretaria é tirar esses catadores avulsos e cooperativas não conveniadas do Centro. Carlão faz parte da Cooperativa Recicla Vida localizada no Centro onde, além do trabalho de separação do lixo, são realizados outros projetos de educação com os catadores. “A prefeitura diz que não tem espaço físico para manter cooperativas aqui no Centro, mas ela poderia subsidiar o aluguel de espaços e dividir as despesas com a própria cooperativa, cujo trabalho dá lucro”, explica Carlão.

A requalificação dos espaços públicos, como ruas, avenidas e praças, valoriza a área onde essa população está inserida. Entretanto, segundo a arquiteta Evelyn Furquim Werneck Lima, do Instituto Bennett do Rio de Janeiro, o perigo ocorre justamente quando essa valorização causa o aumento imediato dos aluguéis e impostos, expulsando a população residente, muitas vezes constituída de moradores antigos e tradicionais. Estes, acabam buscando abrigo na periferia da cidade, pois não têm como arcar com o novo custo. Outro exemplo ocorreu nas áreas portuárias em todo mundo. Entre as décadas de 1960 e 1970, o progresso tecnológico e a adoção de containers para armazenagem e transporte das cargas abriram a possibilidade de navios cada vez maiores, o que, por sua vez, exigia canais e áreas de cais compatíveis, condições que os antigos portos não podiam atender. Com isso, ocorreu um processo de esvaziamento e abandono dessas áreas, muitas vezes localizadas próximas aos centros das cidades e com razoável infra-estrutura instalada. Da mesma maneira, o fenômeno da revitalização de áreas portuárias é um sintoma contemporâneo da reestruturação do espaço geográfico de muitas cidades em todo o mundo. Seguindo o exemplo de cidades como Boston, Londres e Nova York, a prefeitura da cidade do Rio de Janeiro lançou em outubro de 2001 o Plano de Revitalização da Região Portuária (PRRP). Entretanto, segundo a professora Evelyn Furquim as residências aproveitadas no processo de requalificação destinaram-se às classes média e alta. Ela lembra que cidades como Lisboa e Paris adotaram políticas habitacionais fundadas na locação dos imóveis. Os proprietários recebem subvenção do governo para manterem os prédios preservados, alugados por um valor social, o que não exclui a população de baixa renda dos locais revitalizados.

O caso do Bairro do Recife

O professor do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Silvio Zancheti, defende a idéia de que a revitalização de áreas históricas deve ser entendida no interior de uma estratégia mais geral de desenvolvimento econômico local. O Bairro do Recife é um exemplo. O Plano de Recuperação do Bairro do Recife (PRBR), elaborado em 1993, representou na época uma nova forma de relacionamento entre o poder público e atores privados, propondo uma divisão de tarefas que incluiu a introdução de novas atividades na região e também a conversão de construções em habitações para pequenas famílias como meio de garantir maior utilização dos espaços públicos e aumentar a segurança. A parceria deu certo e grande parte dos projetos foi executada ou está em implantação. “O maior êxito do projeto foi a forte adesão do setor privado, sem que o município investisse altas quantias. Outras experiências no Brasil, como a do Pelourinho em Salvador e São Luis no Maranhão, não conseguiram atrair investimento privado, apesar de o investimento público ter sido muitas vezes superior ao feito no Recife”, conclui o professor.

Por outro lado, exatamente as ações voltadas para os grupos menos favorecidos, como a conversão de prédios para habitação, foi relegada para segundo plano. A inserção da iniciativa privada na revitalização urbana não supera os problemas de segregação espacial e de exclusão social. Para Zancheti, no Bairro do Recife, houve avanços sociais significativos quanto à democratização do uso do espaço público. “Entretanto, existem ameaças muito fortes no sentido de formação de barreiras à criação de um espaço público amplamente aberto à manifestação cultural de todos os grupos da sociedade local”, conclui.

Nesse contexto, a cidade presente nos planos não é a cidade dos cidadãos, de todas as relações sociais, um espaço de vida, mas sim um espaço de disputa, um jogo meramente formal, composto pelas motivações do setor empresarial, tendo o governo municipal como seu principal aliado. Esse jogo resulta cada vez mais num processo de formação de guetos, em detrimento de um dos traços mais característicos do espaço urbano, que é justamente a heterogeneidade ou um lugar de encontro de indivíduos diferentes.

Pelourinho: para muitos, o mau exemplo

Reformado e revitalizado por uma intervenção que começou em 1993, e que teve como objetivo explícito trasformá-lo em pólo de atração turística, o Pelourinho, em Salvador (BA), é um dos casos mais notórios de conflito entre população pobre e o poder público. Um dos seus maiores críticos é o filósofo francês Henry-Pierre Jeudy, autor do livro Espelho das cidades (veja resenha). “O centro, que era uma área viva, se transformou num museu, um pólo para turistas. Esse princípio da conservação, de fazer do centro um museu, é uma síndrome de morte da cidade. Ele petrifica a cidade. As pessoas que moravam no Pelourinho foram expulsas, isso quer dizer que o aspecto vivo da cidade desaparece com a patrimonialização. Havia uma mistura da população, a região era partilhada por todos”, declarou ele em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo.

Para Jeudy, o ideal seria fazer a restauração das edificações mas manter a população lá. Essa é justamente a proposta da nova fase do programa Monumenta, realizado pelo Iphan e pelo Ministério da Cultura. O programa, que ganhou uma nova inflexão em 2003, continua procurando valorizar e preservar o patrimônio histórico edificado, mas promete agora cuidar mais da questão habitacional e do bem-estar dos moradores dos sítios históricos. E um dos primeiros locais a ser beneficiado com essa nova filosofia do programa será justamente a região do Pelourinho.

Leia mais sobre o Monumenta e a história da revitalização do Pelourinho no texto Monumenta muda pelos moradores dos centros.

Leia o Dossiê nº 2 da Revista Eletrônica do IPHAN na íntegra.






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Wednesday, March 14, 2007

Palestra com Jan Gehl ( Salvador-Bahia)

Jan Gehl. O renomado professor da Escola de Arquitetura e Belas Artes de Copenhague - Dinamarca, considerada o "Paraíso dos Pedestres", vem a Salvador mostrar sua experiência e conhecer áreas a serem revitalizadas, a convite da Prefeitura, através da SET, em comemoração aos 458 anos da cidade. Nas últimas décadas, Jean Gerhl dedicou-se aos estudo da revitalização de importantes centros urbanos, a exemplo de Copenhague, Estocolmo, Oslo, Edimburgo, Roterdan, Zurique, Riga, Wellington, Cidade do Cabo, Adelaide, Perth, Melbourne e Aman.


Seu mais recente projeto foi o plano de revitalização para o centro de Londres, preparando a cidade para os Jogos Olímpicos de 2012.
Estudantes e professores de arquitetura, urbanismo e áreas afins façam já a sua inscrição para a palestra-debate aberta. São apenas 150 lugares


Local: Auditório do PAF de Ondina
Avenida Ademar de Barros, s/n
Campus Universitário

Data: 27 de março de 2007
Horário: 14:30h às 17:30h

Para saber um pouco mais sobre Jan Gehl, clique em:
http://www.pps.org/info/placemakingtools/placemakers/jgehl

Sunday, March 11, 2007

Licenciamento de obras em APPs Urbanas

DEBATE Licenciamento de obras de Habitação de Interesse Social em Áreas de Preservação Permanente (APPs) Urbanas
Campinas, 13 de março de 2007


Data/ hora: 13 de Março de 2007 - das 9 às 13 horas


Onde: Auditório 800, Prédio H1 – Campus I da PUC Campinas


Debatedores:


Maria Lucia Refinetti Martins, professora da FAU USP e pesquisadora do LABHAB.


Sílvio Figueiredo, Secretário executivo do GRAPROHAB, da Secretaria de Habitação Estadual


Rosana Denaldi, Secretária de Desenvolvimento Urbano e Habitação de Santo André;


Leda Valverde, coordenadora do Programa de Regularização Fundiária de Campinas.


Raquel Rolnik, Secretária Nacional de Projetos Urbanos do Ministério das Cidades


O debate é aberto ao público.


Público alvo:


· alunos da PUC Campinas, particularmente, do Mestrado em Urbanismo,


· técnicos das prefeituras municipais e


· técnicos de órgãos públicos relacionados a habitação, saneamento, meio ambiente e regularização dos municípios da Região Metropolitana de Campinas e arredores


APRESENTAÇÃO:


O Brasil tem feito um enorme e recente esforço por regularizar urbanística e fundiariamente diversas situações de moradia. Trata-se evidentemente de um trabalho que visa resgatar o direito à dignidade de famílias que, sem moradia e à falta de opção mais aceitável, fixaram residência em áreas colocadas à margem do mercado imobiliário e muitas vezes com trechos que apresentam restrições legais ao uso e ocupação do solo. As condições de risco geotécnico e sanitário dessas famílias constituem uma parte importante do passivo socioambiental vivido em nossas cidades.


É o caso das faixas marginais a cursos dá água, denominadas de áreas de preservação permanente – APPs - pelo Código Florestal, de 1965, modificado em 1989 e 2001. Somente em 2006 foi aprovada pelo CONAMA a Resolução 369, que procura regulamentar as condições para intervenção nas APPs urbanas no caso de interesse público ou social. Tem apresentado dificuldades na aplicação, devido à falta de consideração de aspectos do meio urbano nas exigências.


No Estado de São Paulo, a Constituição Estadual de 1989 somente recentemente foi modificada (Emenda Constitucional 23 de 31/1/07), resgatando a possibilidade de alteração de destinação de áreas públicas para uso habitacional. Até o momento a atuação do GRAPROHAB não tem agilizado os processos de regularização e de habitação social em geral.


A partir de 2003 foram ampliadas as fontes de recursos para que estados, municípios e mesmo empreendedores privados e comunidades possam promover obras e ações para a regularização.


O avanço brasileiro na capacitação institucional e maior controle sobre a qualidade do uso dos recursos públicos vêm fortalecendo os mecanismos de licenciamento urbanístico e ambiental de obras em geral.


Ocorre então um paradoxo , que é o objeto central do debate proposto: As ações voltadas à adequação da moradia precária vêm-se tolhidas pelo seu tratamento legal e administrativo igualado às obras para novos parcelamentos e edificações.


Nem todas as situações que serão objeto de atual ou futura regularização são localizadas em áreas de proteção permanente. Mas muitas delas o são. A este debate interessam sobretudo as áreas de moradia com habitações de interesse social consolidadas, em que a regularização possa garantir um mínimo de proteção ambiental às áreas de APP e regularizáveis segundo a legislação municipal e ou de outros níveis.


Este debate pretende fixar olhares nessas situações muito específicas para tentar responder as perguntas, com foco especial no Estado de São Paulo: há ou não um limite ambiental para essa regularização? Qual é o limite da regularização dessas áreas? Será que é o todo dessas áreas que precisa ser regularizado? Quais os critérios que devem ser utilizados para essas regularizações?


O debate tem como objetivo a preparação do Seminário Nacional sobre o Tratamento de Áreas de Preservação Permanente em Meio Urbano e Restrições Ambientais ao Parcelamento do Solo de 04 a 07 de setembro de 2007 na FAU-USP, São Paulo.


Tem a iniciativa da:


· ANPUR – Associação Nacional de Pós Graduação e Pesquisa em Planejamento Urbano e Regional


· ANAMMA – Associação Nacional de Orgãos de Meio Ambiente Municipais –


· FAUUSP - Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo (Área de Concentração Habitat)


· PUC Campinas - Programa de Pós-Graduação em Urbanismo da (Grupo de Pesquisa Água no Meio Urbano)


· IPPUR/UFRJ - Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional da UFRJ


· UFMG - Programa de Pós-Graduação em Geografia


· UFRN - Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo


Estas entidades realizarão debates em seus estados de origem, antes do Seminário Nacional, razão pela qual a realização deste debate em Campinas significa o cumprimento do comprometimento assumido pela PUC CAMPINAS com as demais entidades organizadoras.


Esperamos contar com sua presença, imprescindível para que o debate tenha sucesso e traga indicações para o aprimoramento.


Organização:


LAURA MACHADO DE MELLO BUENO – Grupo de Pesquisa Água no Meio Urbano


JOÃO LUÍZ P.G. MINICELLI – Grupo de Pesquisa Regulação urbanística




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Saturday, March 10, 2007

Sérgio Cabral regulamenta o Fundo Estadual de Habitação

Sábado, 10 de março de 2007

16 de fevereiro / 2007 - 10h42

Sérgio Cabral regulamenta o Fundo Estadual de Habitação



Por Redação, com agências de notícias - do Rio de Janeiro

O governador Sérgio Cabral regulamentou o Fundo Estadual de Habitação (FEHIS), em decreto publicado pelo Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro. O objetivo deste fundo é de financiar e subsidiar programas e projetos de habitação, voltados prioritariamente para a população com renda de até três salários mínimos. Isto deverá criar condições para planejamento de longo e médio prazo, reduzindo assim, o déficit habitacional no Rio.

De acordo com o secretário de Estado de Habitação, Noel de Carvalho, a regulamentação do fundo é uma grande vitória para o Rio e sua criação é uma exigência do Governo Federal, porque permite a descentralização das verbas destinadas aos Estados e municípios.

- A casa é o aconchego onde vive a família, se criam os filhos e as gerações se sucedem. A casa é, portanto, uma aspiração natural do ser humano, o primeiro degrau para que atinja a cidadania plena - ressaltou o secretário.

O secretário acrescentou que com esta visão é que a secretaria cuida da política habitacional, que será fundamentada nas parcerias entre o Estado, a União, através do Ministério das Cidades, e as prefeituras, preservando-se a autonomia e a competência de cada parceiro. O Fundo, irá administrar o orçamento empregado nas políticas de habitação do Estado.

Em 1999, como deputado estadual, Noel apresentou na Assembléia Legislativa (Alerj) o projeto de lei 999, que previa a criação do Fundo Estadual de Habitação de Interesse Social, destinado à promoção, produção e financiamento da casa própria para população de mais baixa renda. O projeto foi transformado em indicação legislativa.

De acordo com as normas, caberá à secretaria de Habitação estabelecer diretrizes, prioridades, estratégias e instrumentos para a implementação tanto da política, quanto de programas estaduais de habitação de interesse social.

Paul Singer e Cláudio Langone debatem o PAC em São Paulo nesta quinta | Imprimir | E-mail
22 de março de 2007
Fonte: Agência Carta Maior, por Antonio Biondi

Debate na noite de quinta, com o secretário de Economia Solidária do ministério do Trabalho e com o secretário-executivo do ministério do Meio Ambiente, terá como tema “O modelo de desenvolvimento do PAC e as questões ambientais”.

Na quinta-feira (22), Paul Singer e Cláudio Langone participam de debate em São Paulo sobre o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo Lula. O debate reunindo os dois integrantes do governo federal, respectivamente secretários de Economia Solidária do ministério do Trabalho e executivo do ministério do Meio Ambiente, terá como tema “O modelo de desenvolvimento do PAC e as questões ambientais” e acontece na Casa da Cidade (Rua Rodésia, 398, Vila Madalena, tel: 3814-3372). A entrada é gratuita.

Além do debate desta quinta-feira, a entidade, voltada a discutir políticas públicas em geral, especialmente as ligadas às questões urbanas, já realizou outros dois encontros tendo como foco o PAC. Segundo o diretor da Casa da Cidade, Nabil Bonduki, o cicloo de debates foi iniciado com um encontro enfatizando os aspectos econômicos do programa, e contou com o ex-secretário de Finanças da Prefeitura de São Paulo, Amir Khair, e com a professora da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP), Leda Paulani.

No dia 12 de março, o tema em debate foi “O PAC e a questão urbana”, que contou com a participação de Ermínia Maricato, professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP (FAU-USP) e ex-secretária executiva do ministério das Cidades, e Marcos Montenegro, diretor da secretaria nacional de Saneamento do ministério das Cidades.

Carta Maior entrevistou Ermínia e Montenegro, a fim de resgatar os principais pontos abordados por ambos no debate. A perspectiva de que o PAC possa gerar uma pressão por realização de gastos acima de tudo, ignorando a qualidade desses gastos e o meio ambiente foi problematizada por ambos. Para o diretor da secretaria nacional de Saneamento, “há esse risco, uma vez que estamos passando de uma fase grande contenção de gastos para uma de grandes investimentos. É um risco que temos que enfrentar”. Montenegro registra que, desde 1998, havia um grande monitoramento dos gastos em saneamento e habitação por parte do FMI (Fundo Monetário Internacional), com os respectivos impedimentos deliberados pelo Conselho Nacional Monetário para que não se ampliassem os investimentos no setor de saneamento.

O diretor da secretaria de Saneamento aponta outra grande característica dessa nova fase, que é “uma visão de planejamento de médio prazo, em que todos – sociedade organizada, empresários, poder público – sabemos os recursos disponíveis para os próximos quatro anos. Mas fica claro, diante da magnitude dos recursos, o desafio de se gastar bem”. Montenegro cita um número que dá idéia dos montantes envolvidos: “temos em mãos a possibilidade de gastar mais de R$ 10 bilhões em quatro anos na urbanização e saneamento em locais de urbanização precária”.

A professora da FAU-USP aponta que, apesar do montante de recursos que o PAC organiza numa perspectiva de investimentos no médio prazo, o “primeiro risco é não gastar”. Ermínia explica que, para que esses recursos sejam investidos, é necessária uma capacidade operacional que não depende só do governo federal, mas também dos estaduais e municipais – as obras de saneamento, por exemplo, são feitas pelas companhias estaduais ou municipais. Nesse sentido, ela analisa que “existe realmente uma falta de capacidade operacional, até porque o país passou um longo tempo sem recursos nessas áreas”. “Precisamos e temos investido em um esforço permanente de capacitação para informar melhor as prefeituras sobre os pré-requisitos para ter acesso aos recursos”, conta Montenegro.

Outro problema sério a ser enfrentado, na visão da professora da USP, é a falta de regularização fundiária no país, com a conseqüente escassez de terras para construção de conjuntos de habitação ou iniciativas afins. “Hoje, é muito difícil de as prefeituras possuírem terrenos regularizados para investir em habitação e urbanização, por toda uma série de fatores históricos”. Ela apresenta uma situação na qual será necessário superar primeiro o desafio de se gastar, seguido pelo de se gastar bem: “a construção de conjuntos habitacionais na periferia sem urbanização dessas áreas equivale a gastar mal”, diz ela.

Ermínia e Montenegro apresentam avaliação semelhante de que as dificuldades não dizem respeito somente à defasagem técnica de prefeituras e companhias de saneamento, mas também ao setor privado, como no caso das empresas de consultoria e dos escritórios de engenharia, arquitetura e urbanismo. O ministério das Cidades tem buscado também ampliar suas ações junto à Secretaria do Tesouro Nacional, um dos órgãos do governo federal de maior responsabilidade no contingenciamento de recursos para investimentos. Segundo o diretor de saneamento da pasta, as conversas têm sido no sentido de alterar as exigências burocráticas para que as prefeituras e Estados possam tomar os recursos e realizar as obras. “E estamos sentindo uma mudança de qualidade na relação”, avalia.

Reforma e qualidade de vida Perguntado sobre se as propostas trazidas pelo PAC e seu alcance transformador possuem relação com a reforma ministerial e composição do ministério, Montenegro afirma que, “como militante do PT, estou trabalhando para que o partido continue como avalista de uma política de desenvolvimento urbano democrática e inclusiva”, citando como exemplos dessa política a própria criação do ministério das Cidades, a realização das conferências municipais, estaduais e nacionais do setor, a aprovação da nova lei do saneamento e o estímulo aos Planos Diretores municipais. “Estamos trabalhando e apostando nessa continuidade. Mais do que isso já não diz respeito à nossa alçada”.

Montenegro apresenta, por fim, sua avaliação sobre se as propostas do PAC referentes às políticas urbanas irão alterar o quadro das cidades e melhorar a vida das pessoas, especialmente de quem mais precisa. “Vivemos em uma sociedade excludente, em cidades altamente excludentes. Para conseguir fazer com que os recursos sejam destinados a quem mais precisa, vai depender de mobilização no plano local”. Para ele, “os movimentos, os conselhos municipais e estaduais das cidades, o Fórum Nacional de Reforma Urbana, a Frente Nacional de Saneamento Ambiental, entre outros setores e entidades, devem se colocar extremamente atentos e vigilantes nesse sentido”.

Também nesse sentido, a professora Ermínia Maricato faz a ressalva de que “nossas cidades apresentam problemas tão graves, e as prefeituras estão com tamanhas restrições nos seus gastos e na sua capacidade de investimentos, que um impacto visível não pode se dar em quatro anos”. Ermínia entende que o PAC representa um bom começo, inclusive por focar também os investimentos privados. “O programa e a política habitacional do governo prevêem que o setor privado deve mudar seu perfil de investimentos, passando a atender não só as classes mais abastadas – que geram maior lucro por unidade construída”. A professora da FAU-USP finaliza com uma crítica, registrando que o PAC dá pouca atenção, na análise dela, à questão da mobilidade urbana, que é “central na qualidade de vida das cidades”. Segundo Ermínia, os próprios governos municipais abandonaram a questão dos transportes metropolitanos, como se isso não lhes dissesse respeito, e o tema da mobilidade urbana se coloca hoje como “uma terra de ninguém, ninguém quer saber disso”.

Friday, March 09, 2007

Fotos Eventos Premio CAIXA IAB 2006












Thursday, March 08, 2007

Videos,Filmes, Turismo,sites,Fotos de Arquitetura, Cidades

Cidades brasileiras entre as mais desiguais do mundo (video)
http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM900638-7823-CIDADES+BRASILEIRAS+ESTAO+ENTRE+AS+MAIS+DESIGUAIS+DO+MUNDO,00.html

Documentário : Entre Muros e Favelas
Documentação: Brasil-Alemanha, 60 min. (OmU), 2005
Direção: Susanne Dzeik, Kirsten Wagenschein, Marcio Jerônimo
http://www.vivafavela.com.br/publique/cgi/public/cgilua.exe/web/templates/htm/principal/view_0002.htm?editionsectionid=2&infoid=39350&user=reader

Turismo em Paris ( incentivando o uso de bicicletas)http://www.vitruvius.com.br/arquiteturismo/arqtur_08/arqtur08_06.asp

Filmes sobre favelas
http://www.arquivonacional.gov.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm

Patrimônio Industrial
http://www.mnactec.com/ticcih/
http://fotosmatarazzo.gigafoto.com.br/

Videos
http://www.portaldoarquiteto.com/videos/

Prêmio CAIXA- IAB 2006
http://www.fotolog.com/edsonmahfuz/14164965

Cenas Urbanas
http://www.fotosearch.com.br/fotos-imagens/cenas-urbanas.html

Architecture-Postershttp://www.allposters.com/-st/Architecture-Posters_c939_p6_.htm

Ruínas Urbanas
http://www.abandoned.ru/

Novo Portal de Urbanismo de Niterói

NOVO PORTAL DO URBANISMO EM NITERÓI


Democratizar [do grego demokratízo]
Pôr ao alcance do povo; popularizar. (Dicionário Aurélio)


A informação na era da rede mundial de computadores ganhou novo estatus. Se
a Internet foi capaz de revolucionar este campo, deve-se a maneira com que
esta permitiu a circulação do conhecimento pelo mundo. Munido de um
computador e um ponto de acesso, qualquer pessoa pode ter acesso a dados tão
distintos quantos os fornecidos pela Biblioteca do Congresso em Washington
(http://www.loc.gov/index.html) ou maravilhas expostas no Museu do Louvre
(http://www.louvre.fr/). O que estava acessível a um restrito número de
pessoas se faz presente, de maneira imaterial, em qualquer ponto do
planeta; alcança os povos.


Com esta visão, a Secretaria Municipal de Urbanismo e Controle Urbano de Niterói,
desenvolveu seu mais recente projeto, o seu Portal na web -
(http://www.urbanismo.niteroi.rj.gov.br). Com uma visão que extrapola o
esteriótipo da vitrine de projetos, desenvolveu-se uma proposta onde a
democratização das informações pública fosse priorizada. Distribuídos em
temas, o munícipe tem ao se dispor variados tipos de dados. As plantas de
loteamento, desmembramento e remembramento que dão forma a cidade; as leis
que regem este tecido urbano; os logradouros que a compõe; os mapas que
permitem o seu entendimento. Tudo está ali, ao alcance do usuário a poucos
cliques de um botão de mouse. Todo este universo de informação, que
contabiliza cerca de 10.000 documentos, é facilmente acessível pelos menus
que compõe o portal ou por seus sistemas de busca, desenvolvidos com a
intenção de facilitar o percurso do usuário até a informação desejada.

Em respeito ao contribuinte, toda a tecnologia empregada para
operacionalização deste portal é Open Source, gratuita, evitando-se assim a
demanda de gastos tanto na implantação quanto nas futuras atualizações das
plataformas utilizadas.

As informações disponibilizadas demandaram a produção de uma série de insumos,
para a qual foi fundamental o apoio do Programa de Fortalecimento da Gestão Municipal
Urbana, do Ministério das Cidades, e o Componente Desenvolvimento Istitucional, do
Programa Habitar Brasil BID, dos quais NIterói participa desde 2004, com recursos
repassados através da Caixa Econômica Federal.

Com a utilização de recursos humanos do própria Secretaria de Urbanismo e Controle Urbano,
temos o prazer de entregar a população aquilo que lhe é de direito, informação clara sobre
tudo o que a cidade é, foi, e propostas para o que ainda pode ser.


DEPARTAMENTO DE URBANISMO DA PREFEITURA DE NITERÓI E
UNIDADE EXECUTORA MUNICIPAL DO PROGRAMA HABITAR BRASIL BID

Wednesday, March 07, 2007

Moradia Popular no lugar do hotel

Moradia popular no lugar de hotel
Fonte: Jornal O Estado de São Paulo, em 25/02/2007

Após reforma completa, antigo Hotel São Paulo, no centro, será entregue a integrantes do Fórum dos Cortiços

Nos anos 60, o espigão localizado na Praça das Bandeiras, número 15, no centro, foi o luxuoso Hotel São Paulo - que já teria hospedado até Nat King Cole. No mês que vem, o mesmo prédio completamente reformado será entregue para 152 famílias ligadas ao movimento do Fórum dos Cortiços. Este é um exemplo de retrofit realizado com sucesso em São Paulo.

Nesse hiato de tempo - entre a fase áurea do hotel e sua transformação para unidades habitacionais -, o edifício já mudou de nome várias vezes, acompanhou a decadência do centro, foi abandonado e invadido por famílias de sem-teto na década de 1990. Os próprios ocupantes reivindicaram sua reforma ao poder público ante ao extremo estado de degradação.

O edifício foi então desapropriado pelo Fundo Municipal de Habitação e teve a reforma financiada pela Caixa Econômica Federal. "Tínhamos conhecimento do projeto e a avaliação do custo da reforma e bancamos", afirma o gerente regional de Negócios e Governos da Caixa, Rogério Gagliardi.

Assim que o dinheiro foi liberado, a construtora Seta - que venceu a licitação - iniciou as obras. Entre projeto e reforma, foram quatro anos. O resultado são apartamentos com aparência de novos.
Tudo foi substituído: desde as instalações hidráulicas, elétricas até elevadores. Para que pudessem ser transformadas em habitação, as unidades tiveram de ser todas redimensionadas. Há 18 tipos diferentes de plantas entre quitinetes e apartamentos de um e dois dormitórios que vão de 25,7 a 49, 81 metros quadrados.

Todas as unidades ganharam janelas, portas, pisos, azulejos, louças e pinturas novos. Os moradores terão ainda uma área de lazer comum na cobertura, com espaço para festas ao ar livre. Alguns terão uma vista privilegiada do centro, do Viaduto do Chá, Shopping Light e Vale do Anhangabaú.

Algumas características originais do prédio foram preservadas, como a fachada, a cerâmica dos corredores das áreas comuns e o mármore do hall dos elevadores. Dos 23 andares do prédio, os dois primeiros continuam do poder público e devem abrigar um posto de saúde e uma creche.

Os ocupantes não vão morar de graça. Eles foram contemplados pelo Programa de Arrendamento Residencial (PAR), da Caixa. Cada família vai pagar por mês, em média, R$ 215,00, e a propriedade continua sendo do banco. Não é aluguel e nem financiamento. A taxa dá o direito de uso ao contemplado.

Ao fim de cinco anos, caso tenha pago as contas em dia, o morador terá a opção de compra. A aquisição do imóvel pode ocorrer por meio de financiamento ou por recursos próprios, inclusive usando a conta individual do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para quitar uma parte. O prazo máximo do arrendamento é de 15 anos.